Defesa da filha de marchand acusada de roubar R$ 720 milhões da mãe nega que tenha havido golpe
O que existe, segundo advogado da atriz Sabine Coll Boghici, é uma disputa judicial envolvendo os bens do pai da sua cliente
O advogado Sérgio Guimarães Vera, que defende a atriz Sabine Coll Boghici, filha do marchand Jean Boghici, morto há sete anos, e que é acusada de roubar R$ 725 milhões da mãe, uma idosa de 82 anos, disse na manhã desta quinta-feira que “não houve golpe”.
O que existe, segundo ele, é uma disputa judicial envolvendo os bens do pai da sua cliente. Para o advogado é preciso “deixar os preconceitos de lado e analisar os fatos”. Ele defende também a mãe de santo Rosa Stanesco Nicolau, esposa de Sabine, e seu filho, Gabriel Nicolau Traslavinã Hafliger.
— A história não é como estão sendo passada. Evidentemente, não tivemos acesso a tudo. Só no final do dia tivemos acesso às cópias (do inquérito) e eles foram prestar depoimento depois das 21h. Então, estamos nos inteirando de todos os fatos. Mas, a história não é aquela. Existe um inventário, uma discussão judicial. Isso não veio à tona, mas num momento oportuno virá e a verdade será dita — destacou.
Questionado sobre a quantidade de quadros da idosa na casa da vidente, o advogado disse que sua cliente está sendo acusada de roubar obras que são dela e não da mãe.
— Os quadros não são da mãe. Eram do pai, que faleceu. Há um inventário e existem inúmeros quadros, não só aqueles que foram omitidos no inventário pela mãe (que segundo ele motivou a operação). Uma das coisas que nos gera surpresa é que a Sabine está sendo acusada de furtar um quadro que ela mesmo levou para a Justiça. Como ela vai roubar um quadro que foi ela quem levou ao Judiciário para que tomasse conhecimento e dizer que existe? — questionou o advogado, que completou: — A mãe é a inventariante, mas a posse pode estar com qualquer um dos herdeiros.
Sobre os trabalhos espirituais feitos por Rosa e Gabriel ter recebido dinheiro da idosa, Sérgio disse:
— A gente tem que deixar os preconceitos de lado. Estamos falando de um casal homossexual e aí já começam a falar das origens dos ciganos. A gente tem que deixar o preconceito de lado. Essa origem (cigana) é tão legítima como todas as raças. O trabalho espiritual é para quem acredita, como acreditam no espiritismo, no judaísmo, no catolicismos e etc. Temos que deixar os preconceitos de lado e analisar os fatos. Mas, golpe não houve. Estamos terminado de estudar os autos. São cinco volumes. Hoje vou decidir o que fazer.
Horácio Oliveira Cariello que defende Jacqueline Stanesco, prima de Rosa e Diana, disse que sua cliente "não teve participação nenhuma" na trama e rechaça que um dia tenha atendido a mãe de Sabine.
— Por questões religiosas, de orientação, ela não atende fora do seu imóvel. Ela atende em Copacabana ou Nova Iguaçu. Ela não lembra que isso aconteceu. Se aconteceu, ou teria sido na (Avenida) Vinícius de Moraes (em Ipanema) ou em Nova Iguaçu. Mas, ela diz que com certeza não atendeu essa senhora e não participou de trama nenhuma. Sem contar que ela não fala com as duas primas há mais de 15 anos. Elas não se dão. Brigam ferrenhamente há muitos anos por questões familiares — disse Horácio.
O advogado afirma que o nome de sua cliente “pode ter sido usado de alguma maneira por algum motivo”.
— Elas não se dão. Mas, ela se predispõem a colocar as contas bancárias, abrir o sigilo telefônico para ver que não tem nenhuma ligação entre elas, tanto bancário quanto telefônico. Ela nem sabe quem é essa senhora. Ela reconheceu as primas por fotografias, porque elas são parecidas e ela se dispõe a fazer um reconhecimento facial com a idosa — afirmou Horário.
Jacqueline foi ouvida ontem na delegacia, segundo o advogado.
— Ela foi ouvida ontem e esclareceu todos os equívocos que estão sendo feitos. Ela está sendo presa erroneamente por uma falha de uma investigação. Ela foi envolvida indevidamente. Ela não tem noção porque veio parar aqui ontem. Esse e um equívoco tamanho, mais uma injustiça que estão comentando após reconhecimento de foto em delegacia.