BRASIL

Desemprego entre jovens foi o que mais caiu no 2º trimestre, mas segue o dobro da média naciona

Desocupação recua para 19,3% entre 18 e 24 anos. Taxa tem queda entre todas as raças, mas diferença entre fatia de brancos e negros no número de desempregados cresce

Carteira de trabalho digital - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O mercado de trabalho brasileiro colhe dados positivos em meio à reabertura da economia ao longo do primeiro semestre, com queda do desemprego em 22 estados no segundo trimestre. Mas perduram certas desigualdades: a taxa de desocupação entre jovens foi o que mais caiu no período, mas continua sendo o dobro da taxa nacional. Mulheres e pessoas pretas também encontram menos oportunidades: esta taxa é maior para esse grupo, se comparado com a taxa dos homens e pessoas brancas.

É o que apontam os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) Trimestral, divulgada nesta sexta-feira.No índice geral, a taxa de desemprego recuou de 11,1 para 9,3% na passagem do primeiro para o segundo trimestre deste ano.

Segundo o IBGE, a desocupação de jovens de 18 a 24 anos recuou de 22,8% para 19,3% na passagem do primeiro para o segundo trimestre.

"Foi, entre as faixas etárias, onde mais caiu. Mas ainda sim, é uma taxa bastante elevada, bem acima da média", diz a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

Taxa de desemprego segue mais elevada para mulheres e pretos

Segundo o IBGE, enquanto as taxas de desemprego das pessoas brancas (7,3%) e de homens (7,5%) ficaram abaixo da média nacional (9,3%), enquanto as das mulheres (11,6%) e de pessoas pretas (11,3%) e pardas (10,8%) continuaram mais altas no segundo trimestre deste ano.

Segundo Adriana Beringuy, houve um diminuição do contingente de desempregados entre os diferentes recortes, mas a distância entre homens e mulheres ainda é grande. A taxa de desocupação das mulheres foi 54,7% maior que a dos homens no segundo trimestre de 2022, embora essa diferença já tenha sido de 69,4% no 1º trimestre de 2012.

A mesma disparidade ocorre no recorte por cor ou raça. Apesar de o desemprego ter recuado para todos os grupos (brancos, pretos e pardos), há uma incidência maior de pessoas pretas ou pardas sem emprego. Cerca de 64,7% do total de desempregados no país eram pretos ou pardos, enquanto os brancos representavam 34,3%.

"A queda por si só [do desemprego] para ambos os grupos não diminuiu a distância do desemprego que existe entre pretos e brancos", explica.

A pesquisa também estima a renda média recebido pelos trabalhadores. No segundo trimestre, o rendimento foi mensurada em R$ 2.652, o que representa estabilidade em relação ao primeiro trimestre (R$ 2.625). Por outro lado, o rendimento é 5,1% menor do que há um ano, quando o valor era estimado em R$ 2.794 no segundo trimestre de 2021.