EUA fortalecerá comércio com Taiwan e voará e navegará pelo estreito
País pretende com isso responder a ações 'provocativas' da china
Os Estados Unidos vão fortalecer o comércio com Taiwan e fazer novas travessias aéreas e marítimas através do estreito que separa a ilha da China continental, em resposta a ações "provocativas" de Pequim, disse um alto funcionário americano nesta sexta-feira (12).
Um "plano de rota ambicioso" sobre a relação comercial será divulgado "dentro de alguns dias", enquanto as forças americanas transitarão pelo Estreito de Taiwan "nas próximas semanas", informou Kurt Campbell, coordenador da Casa Branca para assuntos da região Ásia-Pacífico.
Este assessor do presidente Joe Biden afirmou que Pequim usou a recente e controversa visita a Taiwan da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, para tentar alterar a situação atual da ilha, que a China reivindica como parte de seu território.
A viagem de Pelosi, a autoridade americana de mais alto escalão a visitar Taiwan em anos, foi "consistente" com a política atual de Washington, disse Campbell, observando que a China "reagiu de forma exagerada".
Pequim usou esse pretexto para "lançar uma campanha de pressão intensificada contra Taiwan para tentar mudar o status quo, colocando em risco a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan e na região em geral", acrescentou.
As ações da China "continuam provocativas, desestabilizadoras e sem precedentes", completou Campbell.
Após a visita de Pelosi, Pequim iniciou exercícios aéreos e marítimos de vários dias em torno de Taiwan. Em resposta, os Estados Unidos reafirmaram seu compromisso com a região.
Campbell disse que o governo Biden "continuará a aprofundar" os laços com Taiwan, inclusive "apostando no avanço contínuo das relações econômicas e comerciais".
As forças americanas "continuarão a voar, navegar ou operar onde a lei internacional permitir", disse Campbell, sem especificar a natureza dos desdobramentos no estreito ou quando serão.
Sobre a recente decisão da China de interromper a cooperação com Washington em questões-chave, como o combate às mudanças climáticas, Campbell disse que Washington mantém e continuará mantendo "linhas abertas de comunicação com Pequim".