Ucrânia e Rússia voltam a se acusar de ataques à usina nuclear de Zaporizhzhia
Desde a semana passada, os dois países se acusam da autoria dos bombardeios contra usina de Zaporizhzhia, gerando temor de uma catástrofe nuclear
Ucrânia e Rússia se acusaram mutuamente, neste sábado (13), de ataques contra a central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, que está ocupada pelas tropas de Moscou e tem sido palco de enfrentamentos há uma semana.
"Reduzam sua presença nas ruas de Enerhodar! Recebemos notícias de novas provocações por parte dos ocupantes" russos, escreveu no Telegram a agência nuclear ucraniana Energoatom, que publicou uma mensagem de um dirigente local da cidade de Enerhodar (controlada por Kiev), próxima da central de Zaporizhzhia.
"Segundo os depoimentos dos moradores, há novos bombardeios em direção da central nuclear de Zaporizhzhia [...] O intervalo entre a saída e a queda dos projéteis é de 3 a 5 segundos", acrescentou a agência na mensagem.
Por sua vez, as autoridades de ocupação instaladas pela Rússia em partes do sul da Ucrânia acusaram Kiev de estar por trás dos ataques.
"Enerhodar e a central nuclear de Zaporizhzhia estão sob fogo de militantes [do presidente Volodimir] Zelensky", declarou no Telegram Vladimir Rogov, membro da administração militar e civil pró-Rússia.
Os projéteis caíram "em áreas situadas nas margens do [rio] Dnieper e na central", afirmou Rogov, sem provocar vítimas nem danos.
Desde a semana passada, os dois países se acusam da autoria dos bombardeios contra usina de Zaporizhzhia, gerando temor de uma catástrofe nuclear.
O primeiro ataque, ocorrido em 5 de agosto, danificou um transformador elétrico de alta tensão, o que provocou a paralisação automática do reator número 3 da maior usina nuclear da Europa.
Os últimos bombardeios datam de quinta-feira e provocaram danos em uma estação de bombeamento e em sensores de radiação.
As autoridades ucranianas, com o apoio de seus aliados entre as potências ocidentais, pedem a retirada das tropas russas da área e que a mesma seja desmilitarizada, diante do que Zelensky classifica como "chantagem nuclear russa".