A Golondrina: peça inspirada em ataque terrorista homofóbico ganha palco do Teatro Santa Isabel
Produzida pelo ator Odilon Wagner, a peça conta a emocionante história familiar do mais importante dramaturgo espanhol da atualidade, Guillem Clua
A história familiar do mais importante dramaturgo espanhol da atualidade, Guillem Clua, será contada no Espetáculo "A Golondrina". Produzida pelo ator Odilon Wagner, a peça já foi encenada e premiada em diversos lugares do mundo como Londres, Espanha, Paris, Grécia, Porto Rico, Peru eUruguai.O Espetáculo recebeu o Prêmio MAX 2019, Off West End London Theater Award 2017, Queer Theater 2018 (Atenas, Grécia). Na Espanha e em Paris teve a atuação premiada pela consagrada atriz Carmen Maura.
A montagem brasileira de "A Golondrina", que estreou em 2019, chega ao Recife depois de uma longa temporada em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba e Porto Alegre, sendo vista por mais de 30 mil espectadores. No Teatro de Santa Isabel, terá sessões sexta e sábado, 2 e 3 de setembro, às 20 horas, e no domingo, 04 de setembro, às 19 horas. Ingressos à venda na bilheteria do teatro ou no Sympla.
A peça é estrelada por Tania Bondezan e Luciano Andrey. Tania, que também assina a tradução, ganhou o Prêmio Shell de melhor atriz com essa personagem. É uma história semelhante a de milhares de famílias que conhecemos, que encontram enorme dificuldade em lidar com as diferentes visões de mundo dentro de seus próprios lares e discutem essas relações frente à diversidade, aceitação e ao compromisso com o amor. A produção é de Odilon Wagner e Ronaldo Diaféria e a direção de Gabriel Fontes Paiva.
Depoimentos
O que nos torna humanos? Para a personagem Amélia, vivida por Tania Bodezan, a resposta encontra-se na "capacidade de sentir a dor dos outros como se fosse nossa”. E este é o sentimento que corre ao longo da espinha dorsal de A Golondrina. A história nos faz refletir principalmente sobre a necessidade de amarmos sem restrições, sem condições, ou seja, de aceitarmos nossos filhos, pais e familiares em geral como eles são. Amar ao próximo é aceitá-lo como ele é.
“A obra me encantou de tal maneira que, enquanto lia o texto pela primeira vez, parecia que aquelas palavras cabiam na minha boca, como se eu tivesse vivido tudo aquilo. Foi amor à primeira vista. Minha personagem Amélia, que, por coincidência, é o nome da minha mãe, é uma mulher severa e sofrida, sobrevivente de uma tragédia. A vida foi mais generosa comigo, mas somos ambas mães que amam e protegem suas crias, que tentam acertar e carregam culpa o tempo todo, o que nos aproxima. Representá-la é um exercício de mergulhar nas minhas emoções”, conta Tania Bondezan, também responsável pela tradução do texto.
“A Golondrina é uma das peças mais comemoradas de Guillem Clua. É uma obra que fala sobre liberdade, diversidade e, sobretudo, sobre aceitação, temas tão caros nos dias que vivemos em todos os lugares do mundo e especialmente aqui no Brasil. O ataque ao Bar Pulse deixou 49 vítimas do preconceito e da homofobia. Mas aqui no nosso país este tipo de ataque ocorre quase que diariamente e mais grave ainda, de maneira silenciosa. Isso justifica a necessidade de montar este texto atualíssimo, que fala de relações humanas, familiares e da necessidade do entendimento e do perdão. Quando os dois personagens se encontram, eles têm dois caminhos a seguir: podem optar pelo ódio ou caminhar juntos. Ambos têm razões para causarem ainda mais danos além do que sofreram ou se reconhecem na dor um do outro para não permitir que vença o instinto animal”, completa Tania.
O diretor Gabriel Fontes Paiva considera Guillem Clua um dos melhores autores contemporâneos. “Ele me impressionou muito porque tem uma escrita muito eficiente, objetiva e surpreendente; consegue prender a atenção o tempo todo com maestria. Tania é uma atriz intensa, madura, cheia de talentos e Luciano é um ator extremamente sensível e dedicado”, revela Gabriel.
O espetáculo trata de temas universais e isto é o que mais fascinou o ator Luciano Andrey. “O texto poderia se passar em qualquer grande cidade do mundo. Os temas que ele trata – sem maniqueísmos – são absolutamente pertinentes ao momento atual. Expõe um ponto de vista completamente distinto de dois personagens sobre determinado fato, mas sem julgamentos. Ambos têm razão em suas questões. Ao invés de assumir a posição de um deles, o autor propõe uma reflexão sobre a nossa capacidade de se colocar no lugar do outro e sermos empáticos, que acredito ser a chave para as mazelas humanas”, diz.
Ficha Técnica:
Autor: Guillem Clua
Tradução: Tania Bondezan
Idealização: Ronaldo Diaféria
Direção: Gabriel Fontes Paiva
Elenco: Tania Bondezan e Luciano Andrey
Cenógrafo e figurinista: Fabio Namatame
Assistente de direção: Ana Paula Lopez
Desenho de luz: André Prado e Gabriel Fontes Paiva
Trilha Sonora: Luisa Maita
Preparação Vocal: Jonatan Harold
Arte Gráfica: Rodolfo Juliani
Mídias Sociais: Felipe Perillo
Montagem/Direção de Cena/Contrarregra: Tadeu Tosta
Contrarregra: Jonathan Ferreira Alves
Produção executiva: Marcos Rinaldi
Direção de produção: Jade Minarelli
Produção: Ronaldo Diaféria, Odilon Wagner e Tania Bondezan
Produção no RECIFE: Renata Phaelante
Classificação: 14 anos
Duração: 90 minutos
Serviço:
A Golondrina
Sinopse: O texto foi inspirado no ataque terrorista homofóbico que aconteceu no Bar Pulse, em Orlando (EUA), em junho de 2016. O espetáculo mostra o emocionante encontro de Ramón (Luciano Andrey), sobrevivente de um ataque praticado por homofóbicos em um bar gay, com Amélia (Tania Bondezan), uma disciplinada professora de canto, que também tem sua história ligada a esse trágico evento. Os personagens vão se revelando e os detalhes de suas histórias se entrelaçam como num comovente quebra-cabeças.
Quando: 02 e 03 de setembro (sexta e sábado), às 20h; 04 de setembro (domingo), às 19h.
Onde: Teatro de Santa Isabel
Praça da República, 233 - Santo Antônio, Recife - PE, 50010-040
Telefone: 3355-3323
Ingressos: R$80 a inteira | R$ 40 a meia
Vendas: SYMPLA