Leilão

Fracassa terceira tentativa de leiloar debêntures de Eike Batista

Edital fixava o preço mínimo das debêntures em R$ 1,25 bilhão, mas apenas uma proposta foi feita e com valor abaixo do estabelecido

Empresário Eike Batista - Vinícius Loures/Câmara dos Deputados

Fracassou a terceira tentativa de venda das debêntures do empresário Eike Batista em leilão realizado nesta terça-feira (16), convocado pela Justiça de Minas Gerais. Foi apresentada apenas uma proposta, mas com valor inferior ao previsto. Com isso, informou o Fórum de Belo Horizonte por meio de sua assessoria de comunicação, a venda não se concretizou.

As debêntures são resultado da compra, em 2008, do Sistema Minas-Rio da MMX, uma das empresas do empresário, pela britânica Anglo American. O projeto pertencia à MMX, mineradora do extinto Grupo X que teve a falência decretada no ano passado.

Os papéis formam o último ativo valioso de Eike, que chegou a figurar na lista dos dez homens mais ricos do mundo. O edital do leilão fixava o preço mínimo das debêntures em R$ 1,25 bilhão, o que não é suficiente para pagar dívidas do empresário e a multa de R$ 800 milhões que ele tem de pagar pelo acordo de delação premiada que reduziu sua pena de condenações no âmbito da Operação Lava-Jato.

Na tentativa de fazer o leilão nesta terça-feira, houve apenas uma proposta, mas com valor abaixo do mínimo. O nome da empresa que fez a proposta única não foi divulgado pela Justiça de Minas. Na semana passada, a colunista do Globo Malu Gaspar apontou que uma única proposta era conhecida até agora, no valor de R$ 600 milhões.

A operação contou com assessoria financeira da BR Partners e da Mogno Assessoria e Estruturação. Embora o leilão tenha sido público, o processo de venda das debêntures tramita sob segredo de Justiça.

Durante o pregão digital, após a abertura da proposta, ainda houve tentativa de negociação oral para que a venda fosse concretizada, informou uma fonte que acompanhou a negociação.

Os títulos emitidos pela Anglo American são lastreados na produção de minério da companhia a partir de 2025, podendo garantir o pagamento aos credores da MMX. A empresa tem uma dívida de aproximadamente R$ 1,2 bilhão.

Esses recursos poderiam bancar ainda a multa de R$ 800 milhões recebida por Eike em seu acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava-Jato.

As debêntures pertencem a Eike e a um fundo no qual ele tem participação de 95%, mas onde outros participantes questionam a venda dos títulos.

Não está definido se haverá um novo edital. “A juíza vai dar vista ao MP (Ministério Público) e juntar a ata do leilão no processo público”, informou o Fórum de BH.