Polêmica

Saiba quem é Wilker Leão, youtuber que irritou Bolsonaro ao chamá-lo de 'tchutchuca do Centrão'

O presidente já ficou incomodado em outras situações que aconteceram no "cercadinho" com o youtuber

Leão criou seu canal no YouTube em março do ano passado, quando ainda estava na ativa - Reprodução / Instagram

O youtuber Wilker Leão, que teve a camisa puxada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (18) após chamá-lo de "tchutchuca do Centrão", ganhou seguidores nos últimos meses ao gravar vídeos fazendo perguntas incômodas tanto para apoiadores do governo federal quanto para defensores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Militar da reserva do Exército, ele também chegou a ser punido quando ainda estava na ativa por vídeos comentando situação militar.

No início da tarde desta quinta, Leão tinha 127 mil seguidores no TikTok, além de 16 mil inscritos em seu canal do Youtube e 10 mil seguidores no Instagram — parte deles conquistados nas últimas horas, após o episódio com Bolsonaro.

Leão criou seu canal no YouTube em março do ano passado, quando ainda estava na ativa. O objetivo era tratar de assuntos da caserna, como documento de identificação militar, porte de arma para soldados e pensão militar, entre outros assuntos.

A atitude, no entanto, rendeu três dias de detenção, como ele próprio narrou em um vídeo, por ter se manifestado sobre assuntos do Exército sem autorização.

Ele chegou a entrar com um mandado de segurança no Superior Tribunal de Justiça (STJ) solicitando que cabos e soldados tivessem acesso à carteira de identidade militar, mas o pedido foi negado.

Em fevereiro, Leão publicou no Instagram que estava indo para a reserva do Exército, sem detalhar o motivo.

"Em 8 anos de caserna que vão se completando foram inúmeros os serviços tirados, mas eis que o último chegou. Restam ainda mais alguns dias na ativa, mas o saudosismo e a nostalgia precoces já vão se instalando. Este é um momento em que, paradoxalmente, a alegria de não ter que passar mais pelas situações narradas se mistura com a tristeza de saber que não viverei mais essa experiência que agregou, na dificuldade, tanto na minha vida", escreveu na época.

A partir daí, começou uma nova fase: gravar videos interpelando petistas e bolsonaristas em locais públicos com perguntas incômodas. Apesar de fustigar os dois lados do espectro político, a maioria das gravações é de conversas com apoiadores do presidente no Palácio da Alvorada, assim como ele fez nesta quinta. Segundos registros de Leão, ele já foi 55 vezes ao local.

Logo nos primeiros meses, em abril deste ano, o youtuber conseguiu falar diretamente com Bolsonaro no "cercadinho", como é conhecido o local. Na ocasião, questionou o presidente sobre o tratamento dado a soldados e cabos no Exército. O chefe do Executivo, no entanto, irritou-se com as perguntas.

Nas conversas, Leão questiona principalmente a aliança de Bolsonaro com partidos de Centrão, além de citar outras questões polêmicas, como o hábito de decretar 100 anos de sigilo em diversas informações sensíveis e a sanção do chamado pacote anticrime.