Internacional

Pecuarista diz que antena de 4G causou mortes de 50 vacas e desliga equipamento em cidade francesa

"Derrubamos o disjuntor", disse o criador de gado Frédéric Sagères; fazendeiros e empresas de telefonia travam batalha judicial

Pecuarista francês Frédéric Sagères alega que desde a instalação do equipamento a saúde do seu gado se deteriorou e que a produção de leite caiu - Thierry Zoccolan/ AFP

Um pecuarista francês desligou o fornecimento de energia elétrica de uma antena de 4G e deixou todo o departamento de Haute-Loire sem internet, nesta quarta-feira (17). Frédéric Sagères alega que desde a instalação do equipamento a saúde do seu gado se deteriorou e que a produção de leite caiu. Ele também afirma ter perdido cerca de 50 animais do seu rebanho de 200 bovinos.

"No final da manhã, derrubamos o disjuntor. Não quebramos nada, simplesmente cortamos porque não é mais sustentável" disse Sagères.

A medida foi tomada pelo pecuarista após a anulação de uma decisão judicial que determinava a desativação da antena por dois meses, para permitir a realização de uma perícia jurídica.

Durante a audiência no tribunal Clermont-Ferrand, o advogado do pecuarista, Maître Romain Gourdou, sustentou que "o rebanho faz parte dos 10% a 20% melhores do departamento" e que "não há elementos médicos que expliquem a queda repentina da produção de leite, de 15% a 20%, nos dias seguintes à instalação da antena".

Mas a decisão do tribunal foi anulada pelo Conselho de Estado, nesta quarta-feira (17), atendendo a um pedido das operadoras Bouygues Telecom, Free, SFR e Orange.

"Vamos fazer o nosso próprio julgamento, vamos parar esta antena" afirmou Sagères.

"Pouco depois do corte de energia, jornalistas e representantes da federação agrícola puderam ver que todas as vacas haviam levantado a cabeça e começado a beber novamente. Não é difícil provar. Acabamos de desligar a energia, não mudamos mais nada. Havia oitenta pessoas no local que puderam ver a diferença. As andorinhas também voltaram" argumentou Sagères.

Para Gourdou, a decisão do Conselho de Estado foi "uma grande decepção".

"O simples fato de buscar a verdade não nos é permitido" disse o advogado.