Personalidade

Cláudia Celeste: Google homenageia primeira atriz transexual a fazer novela na TV brasileira

A artista que morreu em 2018, aos 66 anos, foi pioneira na luta pelos direitos dos artistas LGBTQ+

Doodle do google homenageia Cláudia Celeste nesta segunda-feira (22) - Reprodução

Cláudia Celeste é a personalidade homenageada nesta segunda-feira (22) pelo Gloogle. A celebridade foi a primeira atriz transexual a aparecer nas telinhas brasileiras. Nesta data, em 1988, ela dava as caras no primeiro episódio da telenovela “Olho por Olho”, da TV Manchete.
 
A artista, que morreu em 2018, aos 66 anos, foi uma grande inspiração para a comunidade LGBTQ+, principalmente para pessoas transexuais, quando assuntos como sexualidade e questões de gênero não tinham espaço na mídia mainstream.

 
A tragetória de Cláudia Celeste
 
Além de atriz, nascida em 1952, Cláudia Celeste também atuou como diretora, produtora, modelo e autora. A carioca passou pelo exército, e foi lá que começou a explorar sua identidade feminina, antes de se tornar cabeleleira, aos 20 anos, e começar sua transição.

Cláudia Celeste (Foto: Reprodução)

Em 1973, Cláudia estreou no teatro Teatro Rival, no centro da metrópole do Rio de Janeiro, como bailarina em "O mundo é das bonecas", onde foi protagonista e ainda dividiu o palo com outros atores transgêneros. A performance a levou, posteriormente, a se apresentar em diversas casas noturnas do Brasil.
 
Dois anos depois, ela atuou no filme de comédia “Motel”, a convite do diretor Daniel Filho. Já em 1976, Celeste, que já chamava atenção por sua beleza, venceu o concurso Miss Gay Brasil.
 
Em 1977, a atriz foi convidada para participar da novela “Magic Mirror”, da rede globo, sem que ninguém da equipe soubesse da sua identidade de gênero. A produção, então, expulsou Cláudia Celeste, e foi cancelada e encerrada após apenas 150 episódios, quando as manchetes da época chamaram a atenção, de forma negativa, para o fato dela ser uma mulher trans.

No ano de 1982, Cláudia atuou nos filmes: "Beijo na Boca", de Paulo Sérgio de Almeida, e "Punk's, Os Filhos da Noite". Ao longo da sua vida, Cláudia ainda participou e venceu diversos concursos de beleza.
 
A artista faleceu em 2018, de infecção pulmonar, e é lembrada neste dia 22 como uma das pioneiras na luta pelos direitos da comunidade LGBTQ+, pois apesar de toda discriminação e transfobia, ela lutou fortemente pelos direitos de artistas transexuais.