Borrell menciona possível reunião 'esta semana' por acordo com Irã sobre política nuclear
Os esforços para retomar o JCPOA, nome dado ao acordo, estão em um momento crítico segundo a União Europeia
Os países signatários do acordo com o Irã sobre política nuclear poderiam realizar "esta semana" uma reunião para retomar o pacto, disse o chefe de diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, nesta segunda-feira (22).
De acordo com o funcionário, as partes do acordo (formalmente chamado Plano de Ação Integral Conjunto, JCPOA em inglês) programaram "uma reunião em Viena no final da semana passada, mas não foi possível. É possível que aconteça esta semana".
Os esforços para retomar o JCPOA estão em um momento crítico. O acordo foi assinado em 2015, mas entrou em colapso em 2018 depois que o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou o país do pacto unilateralmente.
A retirada de Washington do JCPOA levou o Irã a cancelar seus compromissos com o acordo.
Depois de mais de um ano de negociações coordenadas por Borrell e sua equipe, a UE apresentou no início deste mês uma base de entendimento. O documento tem como objetivo restaurar completamente o acordo com o retorno dos Estados Unidos.
Borrell disse nesta segunda-feira na Espanha que considerou "razoável" uma resposta do Irã à retomada do diálogo e que ainda aguarda uma reação de Washington.
"Os Estados Unidos ainda não responderam oficialmente, mas estamos esperando sua resposta e espero que essa resposta nos permita terminar a negociação. É o que espero, mas não posso garantir", afirmou.
O acordo foi assinado pelo Irã, Estados Unidos, Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia.
O presidente da França, Emmanuel Macron, falou nesta segunda-feira por telefone com o primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid, que argumentou que os novos termos negociados "vão além dos limites do JCPOA original".
Em um comunicado, o escritório de Lapid - um oponente ferrenho do JCPOA - disse que um eventual acordo "abrirá o caminho para que investimentos significativos fluam para a rede terrorista do Irã e para fortalecer as forças armadas iranianas".