Eleições 2022

Bolsonaro 'é uma cópia mal feita de Trump', diz Lula

Ex-presidente faz associação relacionada ao sistema eleitoral e à divulgação de informações falsas

Lula e Bolsonaro - Lula/Foto: Ricardo Stuckert // Bolsonaro/Foto: Isac Nóbrega/PR

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta segunda-feira (22), que seu principal adversário nas eleições de outubro, o presidente Jair Bolsonaro (PL), "é uma cópia mal feita" de Donald Trump, a quem o associou por questionar o sistema eleitoral e divulgar informações falsas.

Em seu primeiro encontro com a imprensa internacional desde que lançou sua candidatura, o candidato do PT prometeu em São Paulo fazer da mudança climática uma "prioridade" e restabelecer as relações internacionais, que se tornaram tensas durante o mandato de Bolsonaro.

"Tenho certeza de que no Brasil o resultado eleitoral será acatado sem nenhum questionamento", garantiu Lula, consultado sobre o risco de que Bolsonaro não aceite uma eventual derrota.

"Estou falando sobre o Bolsonaro, porque é o único que tem blefado, que tem 'fake news', que tem desafiado as instituições, é ele. Ele é uma cópia mal feita de Trump", disse Lula, em referência aos questionamentos feitos pelo ex-presidente americano durante a campanha e depois de ser derrotado por Joe Biden nas eleições de 2020.  

"Trump também tentou evitar aceitar o resultado. Tentaram invadir o Capitólio. E teve que ceder", acrescentou o ex-líder sindical. 

Bolsonaro costuma questionar sem apresentar provas a confiabilidade das urnas eletrônicas apesar de, no último sábado, ter moderado o discurso, ao afirmar que se não for reeleito, o resultado será respeitado.

Lula, de 76 anos, lidera as pesquisas na corrida presidencial, com 47% das intenções de voto contra 32% de Bolsonaro, de 67 anos, segundo o Instituto Datafolha.


O acordo UE-Mercosul

Lula destacou que, se eleito, lutará seriamente contra o desmatamento e as queimadas, assumindo "compromissos internacionais" contra a mudança climática e acabando com  "o garimpo ilegal".

A mineração e as atividades agropecuárias ilegais são apontadas como causas do desmatamento da Amazônia, que ambientalistas e opositores atribuem a políticas de Bolsonaro. Desde a posse de Bolsonaro em 2019, o desmatamento anual médio na Amazônia aumentou 75% em relação à década anterior, segundo dados oficiais.

Quem vencer as eleições, disse Lula, terá ainda a imensa tarefa de "recuperar o prestígio internacional" do Brasil, após um governo que acumulou críticas mundiais, especialmente por suas políticas ambientais. 

Lula afirmou ainda que "volta com mais vontade de trabalhar na integração da América do Sul", onde vitórias da esquerda em países como Chile e Colômbia são "uma demostração de que o povo latino-americano não quer mais fascista dirigindo nosso continente".

Também disse que pretende trabalhar para concretizar o acordo comercial entre o Mercosul - Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai - e a União Europeia.