Presidente da CBF pedirá perda de pontos de clubes cujos torcedores cometerem discriminação
No Seminário de Combate ao Racismo e à Violência, Ednaldo Rodrigues disse ser a favor de punição esportiva por comportamento discriminatório de torcida
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, afirmou que pedirá a perda de pelo menos um ponto dos clubes cujos torcedores forem flagrados com comportamento racista e discriminatório nos jogos. A declaração foi dada no seminário da entidade que debate o racismo e a violência no futebol brasileiro, com presença da CONMEBOL e da FIFA:
“Pedi punição rigorosa após casos de racismo em jogos de clubes. Acredito que apenas a pena desportiva sendo imposta ao clube o racismo e o preconceito deixarão o futebol. Sou democrático e quero que isso seja discutido. Mas temos que nos mobilizar contra o racismo. Vou fazer uma proposta nesse sentido na reunião do Conselho Técnico para o ano que vem. Que o clube perca pelo menos um ponto na competição. Isso pode definir im título, uma vaga ou rebaixamento. Só assim as coisas vão mudar”, afirmou Ednaldo.
A partir desta quarta-feira (24), mensagens antirracistas se farão presentes nas partidas de competições organizadas pela entidade.
A campanha terá início já nas partidas de ida da semifinal da Copa do Brasil. Corinthians, Flamengo, Fluminense e São Paulo entrarão em campo com um patch em suas camisas. Em todas as aplicações da campanha, estará a frase: "Por um futebol e uma sociedade antirracista". A mensagem faz parte da parceria entre CBF e o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, com apoio da CONMEBOL e da FIFA.
Além disso, ao longo das partidas, as placas de publicidade também exibirão a mensagem, para que ela também chegue aos torcedores, no estádio ou em casa. Após os jogos de ida da semifinal da Copa do Brasil, a campanha chegará ao Brasileirão, com a presença dos patches e das placas de publicidade nas partidas da 24ª rodada, previstas para o próximo fim de semana.
Presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez afirmou que vai "perseguir implacavelmente as práticas", embora as principais competições da entidade tenham visto muitos casos de racismo nos últimos anos sem punições à altura.
“Estamos decididos a perseguir implacavelmente essas práticas. Com campanha de conscientização, mas também aplicando rigorosas sanções aos atos de racismo e violência. Até 2018 a multa era de 3 mil dólares. Esse ano é de 100 mil dólares. O código foi modificado para incluir o fechamento parcial ou total do estádio em caso de reincidência”, completou Dominguez.