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Bolsonaro diz que Moraes interfere na PF: "Buscando atingir os seus objetivos"

Presidente afirmou que ministro é "parcial" contra ele e pratica "censura"

Presidente Jair Bolsonaro - Clauber Cleber Caetano/PR

Após uma trégua que durou poucas semanas, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar, nesta sexta-feira (26),o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e afirmou que o magistrado interfere na Polícia Federal (PF).

Apesar de não citar o nome de Moraes diretamente, Bolsonaro deu a declaração ao ser questionado sobre a atuação da PF no inquérito que motivou operação contra empresários bolsonaristas, que é relatado pelo ministro.

O presidente disse que "esse ministro" escolheu um delegado para tocar os inquéritos e "determina que faça isso ou aquilo".

— Esse ministro, ele escala o seu delegado da Polícia Federal, e ele determina que faça isso ou aquilo. E quando o delegado por ordem dele pede uma busca e apreensão, e ele assina embaixo, ele fala: “a Polícia Federal...”. Não é a Polícia Federal. Não é a Polícia Federal. E ponto final. É ele que quer fazer isso daí. É uma interferência buscando atingir os seus objetivos, que no meu entender, é o poder — disse o presidente, em entrevista à Jovem Pan.

Depois, na mesma entrevista, Bolsonaro afirmou diretamente que Moraes pratica "censura" e é "parcial" contra ele.

— Essa censura tem sido feita por parte de um ministro, que está no TSE, Alexandre de Moraes, que o objetivo dele, no meu entender, é prejudicar a minha campanha. Ele é parcial nas suas decisões dentro do Tribunal Superior Eleitoral.

Na quinta-feira, o presidente já havia criticado o ministro por ter determinado a operação contra empresários suspeitos de compartilharem mensagens golpistas em um grupo no WhatsApp.

Membros do governo vinham tentando estabelecer uma trégua entre Bolsonaro e Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na semana passada, o presidente foi à posse do magistrado na presidência da Corte Eleitoral. Depois, chegou a dizer que acreditava que os desentendimentos entre os dois eram "página virada".