Estradas rachadas e rios secos, os efeitos da onda de calor na Europa. Veja fotos
As estradas estão cada vez mais vulneráveis ao aquecimento global induzido pelo homem.
A onda de calor histórica que sufocou a Europa Ocidental este ano causou caos no transporte. Os trilhos das estradas de ferro empenaram, as pistas dos aeroportos fecharam e as principais estradas racharam.
Em 18 de julho, a movimentada rodovia A14, no Condado de Cambridge, na Inglaterra, foi fechada para reparos depois que apareceu uma ondulação bizarra na pista, que, embora atraente para skatistas, seria calamitosa para carros em velocidade e seus passageiros.
O mesmo vem acontecendo em toda a América, Austrália, China e África. Com as temperaturas médias subindo e as ondas de calor se tornando mais frequentes e intensas, a infraestrutura e, em particular, as estradas estão cada vez mais vulneráveis ao aquecimento global induzido pelo homem.
Os rios também estão ficando secos. Muitos reservatórios, agora, só têm areia. Perder vias navegáveis significa um sério risco para rotas comerciais, agricultura, fornecimento de energia — e até mesmo água potável.
O Reno — um pilar das economias alemã, holandesa e suíça — ficou muitas vezes praticamente intransitável nas últimas semanas.
O Danúbio, que serpenteia por 2,9 mil quilômetros através da Europa Central até o Mar Negro, também está comprometido. O comércio nos rios e canais da Europa contribui com cerca de US$ 80 bilhões (R$ 409,3 bilhões) para a economia da região apenas como forma de transporte.
Essa situação mostra como a infraestrutura em vários lugares do mundo foi construída para um clima ameno, diferente das temperaturas recordes a que o planeta vem sendo submetido. E como essas mesmas temperaturas estão alterando o curso da natureza, tornando a movimentação de cargas e pessoas um desafio para o ser humano daqui para frente.