Juros

Atenção aos juros altos

Taxa Selic sobe para 13,75%, aumento de meio ponto percentual desde a última reunião do COPOM

Divulgação/ XP Investimentos

Desde o começo de agosto, o mercado presenciou mais uma alta da Selic, de 13,25% para 13,75%. A taxa básica da economia brasileira, que é uma política monetária do governo para conter a inflação, é definida a cada 45 dias pelo COPOM (Comitê de Política Monetária), teve um aumento de meio ponto percentual. Essa mudança afeta diretamente o poder de compra do consumidor, já que quanto mais alta a taxa, menor ele fica. 

“O aumento da Selic se deu em especial para o controle da inflação, que vinha muito elevada nos últimos 12 meses, e em julho, assim como agosto, já vemos o resultado dessa política econômica graças ao arrefecimento da inflação, o que pode contribuir para a redução da Selic no primeiro semestre de 2023”, diz Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos. 

Essa taxa, além de tudo, influencia no crédito para pessoa física que precisa de um empréstimo, comprar bens com um valor mais alto, como de linha branca (microondas, lavadoras de roupas, ar condicionados, entre outros), e também os empresários que recebem financiamentos de terceiros.“É uma taxa muito alta e influencia diretamente no financiamento, na compra de uma TV de longo prazo, parcelamentos, um carro, o celular. Qualquer bem parcelado vai ter um juros mais alto. Nesse momento os consumidores devem evitar fazer compras de longo prazo. Porque a taxa está muito alta. Esperar as coisas melhorarem um pouco, reduzirem. A gente já teve deflação recente, e a previsão é que no final do ano, já no primeiro trimestre do próximo, a gente tenha aí uma inflação menor, e com a inflação menor, a Selic deve deve diminuir consideravelmente”, diz o professor de economia da UniFBV, Paulo Alencar.

De acordo com Paulo Pereira Filho, planejador financeiro e Líder Regional da XP em Pernambuco, a taxa de juros elevada tende a ter grande impacto nas linhas de financiamento, como o cheque especial, a taxa do cartão de crédito e o crédito rotativo, as encarecendo. “É porque existem vários fatores, como por exemplo o risco, dependendo da linha de crédito, daquele indivíduo, para a gente poder dizer qual seria o impacto maior. Mas de uma maneira geral todas as linhas de financiamento elas se tornam mais caras, e aí onde a gente percebe que não há uma expansão do crédito no país.”. Além disso, os principais financiamentos afetados pela alta da taxa são os voltados para o capital produtivo e atividade econômica, assim como o crédito imobiliário. 

“Devido ao aumento da Selic, o consumidor deve aguardar, e se possível planejar para caso realmente precise do crédito, que tome um empréstimo inteligente, com o qual tenha capacidade de pagamento, que caiba no bolso, e que não se torne uma bola de neve impagável. Por isso, se possível, pode aguardar uma redução da taxa Selic, pensando principalmente em um empréstimo grande e longo, acaba sendo uma vantagem olhando no longo prazo.”, continua Idean Alves.