Lesões em belga contrariam versão inicial apresentada por cônsul alemão, conclui perícia
Ferimentos são incompatíveis com uma "queda da própria altura" como alegou, inicialmente, Uwe Herbert Hahn
Em laudo de exame de local concluído nesta terça-feira (30), profissionais do Instituto de Criminalística Carlos Éboli atestaram que o belga Walter Henri Maximillen Biot não poderia ter sido vítima apenas de queda da própria altura como alegou incialmente o cônsul alemão Uwe Herbert Hahn, marido da vítima.
A constatação dos peritos contraria as alegações iniciais de Hahn, que afirmou à polícia que Biot havia passado mal e caído no chão após um mal súbito. Nas conclusões do laudo os peritos atestam que “o conjunto de lesões da vítima, descrito nos laudos do IML supramencionados, não é compatível apenas com queda frontal da própria altura”.
O documento mostra ainda que havia manchas de sangue na sala e na varanda compatíveis com a posição em que Biot estava quando foi encontrado. Também foi identificada a presença de sangue nas suítes do apartamento. Os peritos afirmam, no entanto, que “em face da não preservação do local, da remoção do cadáver e acionamento tardio da perícia, torna-se prejudicado determinar o nexo de causalidade entre os vestígios relatados e as lesões da vítima”.
A perícia também recolheu no local vestígios que podem ajudar na apuração do que de fato aconteceu no apartamento do casal na noite de 5 de agosto. Foram periciados, entre outros, um comprimido, um bastão, localizado no canto da sala, próximo à varanda; um chicote que estava na suíte master; uma camiseta regata, uma bermuda amarela e uma camisa polo de manga curta azul escura, além de duas fronhas de travesseiro. O laudo destaca “o resultado positivo para sangue humano nos exames do chicote, bastão, bermuda, fronhas e camiseta regata”.
Três semanas após ser preso pela morte do marido, o cônsul alemão deixou o Brasil rumo à Alemanha. Ele chegou ao seu país nesta segunda-feira (29) depois do Tribunal de Justiça do Rio relaxar a prisão do diplomata por considerar que havia demora na denúncia do Ministério Público. Uma nova decisão da Justiça decretou sua prisão preventiva e o envio do nome do cônsul à Interpol.