Ministro da Justiça pede que PF investigue site com domínio em nome de Bolsonaro
Portal relaciona chefe do Executivo com casos de corrupção e critica sua atuação durante a pandemia. Anderson Torres chamou de "ataque direto e grosseiro" ao presidente
O ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres pediu nesta quarta-feira (31) que a Polícia Federal investigue o site com o domínio "bolsonaro.com.br" que viralizou por criticar o presidente Jair Bolsonaro. O ministro afirmou que pediu a abertura do inquérito devido ao "tamanho ataque direto e grosseiro ao presidente" e que as publicações "configuram, em tese, crime contra a honra" de Bolsonaro.
"Diante de tamanho ataque direto e grosseiro ao presidente Jair Bolsonaro, por meio de um site, requisitei ao Diretor-Geral da PF a instauração imediata de inquérito policial, para a devida apuração dos fatos", escreveu o ministro em uma rede social.
No site, Bolsonaro é retratado em diversas charges. Em uma delas, aparece vestido como o líder nazista Adolf Hitler. A página também relembra casos de corrupção, como a investigação da prática de "rachadinha" no gabinete de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL), e a distribuição de verbas do MEC a pastores. A página tem também uma contagem regressiva para o fim da primeira gestão do presidente, que se encerra no dia 31 de dezembro, caso ele não seja reeleito.
A campanha de Bolsonaro à reeleição decidiu entrar com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para derrubar o site, segundo informou a colunista Malu Gaspar. O time jurídico de Bolsonaro avalia que o site tem sido usado para ridicularizar e difamar o presidente da República no terreno das redes sociais.
O site era usado oficialmente pelo chefe do Executivo. Na publicação mais antiga identificada, de 2002, o portal divulgava a candidatura de Bolsonaro a deputado federal e seu apoio a Ciro Gomes para presidente. Segundo a plataforma de checagem Who.is, a página teve sua última alteração registrada dia 11 de agosto, e ainda continua linkada ao blog Família Bolsonaro, usado oficialmente para divulgar ações do clã.
Em 2018, em sua primeira campanha à Presidência, Bolsonaro usou o espaço para pedir votos e depois para celebrar sua eleição.