BRASIL

Alta do PIB mostra 'consolidação da retomada' apesar de pandemia e guerra, diz ministério

Governo prevê crescimento de 2,5% em 2023, número bem abaixo das estimativas do mercado

Ministério da Saúde - Marcello Casal Jr / Agência Brasil

O resultado do Produto Interno Bruto (PIB), que registrou expansão de 1,2% no segundo trimestre deste ano, na comparação com os três primeiros meses de 2022, mostra "consolidação da retomada da atividade econômica, mesmo com os impactos do conflito do Leste Europeu e os efeitos remanescentes da pandemia", na visão do governo federal. A avaliação foi divulgada nesta quinta-feira pelo Ministério da Economia.

"Em suma, constata-se a continuidade da recuperação e a sustentabilidade da atividade econômica", acrescentou a área econômica.

O Ministério da Economia afirma que os indicadores mostram o "bom desempenho dos serviços, a recuperação do emprego e a taxa dos investimentos em níveis elevados". O governo aponta que o setor de serviços está no melhor patamar desde 2015, os investimentos recuperaram o nível de 2014 e a taxa de desemprego é a menor desde 2015.

"Desse modo, a economia brasileira caminha para superar o impacto de duas crises: os efeitos da pandemia de Covid e as consequências da recessão de 2014-16", acrescentou.

Segundo o governo, considerando o carregamento estatístico do primeiro semestre deste ano, o crescimento de 2022 seria de, ao menos, 2,4%. "Isso é, teríamos essa taxa de crescimento, mesmo que a variação do PIB ficasse inalterada ao longo da segunda metade do ano", acrescentou.

Estimativa para 2023
O Ministério da Economia ainda reafirmou a previsão de que a economia brasileira vai crescer 2,5% em 2023 – número que consta na proposta de orçamento do ano que vem, divulgada nesta quarta-feira. O mercado financeiro projeta atualmente uma alta bem menor para o PIB no próximo ano, de 0,37%.

De acordo com o chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos da pasta, Rogério Boueri, os bons resultados da economia neste ano, aliados às reformas e ao bom comportamento dos investimentos e do mercado de trabalho, permitem ao governo manter a estimativa de crescimento para o PIB de 2023 em 2,5% de expansão.