Ciro Gomes justifica frase polêmica sobre favelas e culpa Lula por repercussão negativa
Segundo Gomes, a linguagem usada na ocasião só poderia ser compreendida por pessoas que "tiveram a oportunidade de se iniciar naquele assunto"
O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, voltou à justificar a frase polêmica dita em evento na Firjan, na última quarta-feira (31). Segundo Gomes, a linguagem usada na ocasião só poderia ser compreendida por pessoas que "tiveram a oportunidade de se iniciar naquele assunto".
— Quando você trata do efeito da taxa de câmbio no desmonte da indústria nacional, quando você trata da política monetária como deformação da taxa de câmbio do país, você está falando uma certa linguagem que só pessoas que tiveram a oportunidade de se iniciar naquele assunto compreendem — afirmou o candidato nesta quinta-feira, durante encontro realizado em São Paulo para receber o plano País pela Infância e Adolescência, produzido pelo movimento Agenda 227.
O candidato ainda culpou o ex-presidente Lula pela repercussão negativa de sua fala.
— Eu estou tentando que haja muita gente fazendo o que eu estou fazendo. Subindo o morro, aonde eu estava anteontem, explicando pedagógica e humildemente para as pessoas do que se trata. Mas eu não posso fazer isso sozinho. É só isso o que eu disse. O resto? Hipocrisia da mais rasa e pura, especialmente motivada por um candidato que é um corrupto e que faz apologia da ignorância como ferramenta da sua eternidade no poder, que é o Lula — afirmou o pedetista.
Durante o evento, Ciro Gomes voltou a chamar o petista de "encantador de serpentes" e afirmou que a estimulação "violenta" ao crédito durante o governo Lula levou milhões de brasileiros à humilhação no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). Cenário que, segundo ele, foi agravado no mandato no presidente Jair Bolsonaro (PL).
— Por que 66 milhões e 600 mil brasileiros estão humilhados no SPC? Isso não aconteceu ontem. Quando acabou o mandarinato do Lula, eram 63 milhões. O Bolsonaro, que prometeu mudar, agravou para mais 3 milhões — disse Gomes.
— Ele quer que o povo se lembre do dia que teve direito de comprar uma geladeira no crediário, porque no tempo dele todo mundo tinha como comprar, mas quer que o povo esqueça que foi para a humilhação da inadimplência e do SPC por causa da política dele. É o lulismo.
O pedetista também criticou o presidente Jair Bolsonaro que, segundo ele, "denunciou a corrupção e a ladroeira do PT e tá fazendo exatamente a mesma coisa, com as mesmas pessoas".