Um dos suspeitos de ataques a faca é encontrado morto no Canadá
O massacre, ocorrido neste domingo (4) na comunidade indígena de James Smith Cree e na vizinha cidade de Weldon, está entre os maiores atos de violência em massa da história canadense
Um dos irmãos que estavam sendo alvo de perseguição no Canadá por suspeita de terem executado uma onda de ataques a faca que deixou 10 mortos e 18 feridos foi encontrado morto, anunciou a polícia nesta segunda-feira (5).
O massacre, ocorrido neste domingo (4) na comunidade indígena de James Smith Cree e na vizinha cidade de Weldon, está entre os maiores atos de violência em massa da história canadense.
Rhonda Blackmore, subcomissária da Polícia, informou em coletiva de imprensa que o corpo de Damien Sanderson "foi encontrado em um terreno baldio próximo a uma residência que foi revistada" por autoridades, com "ferimentos visíveis".
“Não podemos dizer com certeza como Damien morreu”, comentou Rhonda, acrescentando que ele pode ter sido vítima de seu irmão, Myles Sanderson.
A polícia canadense havia percorrido hoje Saskatchewan e províncias vizinhas, em uma perseguição implacável aos dois irmãos. Myles Sanderson segue foragido e "também pode apresentar ferimentos, mas não está confirmado", observou Rhonda, pedindo à população que permaneça vigilante.
A polícia deu poucos detalhes sobre os crimes, exceto pela descrição dos agressores, que fugiram em um veículo. Eles foram identificados como Damien Sanderson e Myles Sanderson, de 30 e 31 anos, respectivamente. Ambos têm cabelo preto e olhos castanhos.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse no Twitter que os ataques foram "horríveis e comoventes" e se declarou "chocado e devastado". Em Ottawa, ele lamentou que a violência em massa tenha se tornado "muito frequente" em seu país.
"Os ataques de ontem são chocantes e desgarradores", lamentou. "Esse tipo de violência não tem lugar em nosso país. Infelizmente, nos últimos anos, tragédias como essas se tornaram muito frequentes."
Após a resposta a várias ligações de emergência, a polícia encontrou 10 corpos em James Smith Cree e Weldon, na província de Saskatchewan, anunciou a vice-comissária da Real Polícia Montada do Canadá, Rhonda Blackmore. "Várias outras vítimas ficaram feridas, 15 delas foram transportadas para vários hospitais", disse.
Autoridades acreditam que eles fugiram em um Nissan Rogue preto. Policiais mobilizaram recursos "máximos" para a operação de captura.
Blackmore afirmou que a polícia recebeu a primeira ligação às 5H40 locais de ontem, com a informação de uma facada na Nação James Smith Cree, rapidamente acompanhada de outros telefonemas com denúncias de ataques. As pessoas que fizeram as ligações identificaram os suspeitos, destacou a chefe de polícia.
A moradora de Weldon Diane Shier disse ao jornal "Saskatoon Star Phoenix" que um de seus vizinhos, um homem que morava com seu neto adulto, foi morto no ataque. O neto teria se escondido no porão e chamado a polícia.
"Era por volta das 7h30. Meu marido estava no jardim. Ele viu carros da polícia e uma ambulância chegando. É uma cidade pequena. Isso é terrível, terrível. Ainda mantenho as portas trancadas, não quero sair", afirmou.
Outro vizinho, Ruby Works, estimou que "ninguém nesta cidade vai dormir tranquilo de novo. Ficaremos com medo de abrir a porta."
- Vítimas na mira -
Autoridades acreditam que algumas das vítimas estavam na mira dos suspeitos e outras foram atacadas de forma aleatória, segundo Rhonda Blackmore. Ela disse que é cedo para determinar o motivo do ataque.
O chefe da Federação das Nações Soberanas Indígenas, Bobby Cameron, lamentou "a violência indescritível que tirou a vida de pessoas inocentes".
A comunidade James Smith Cree, com 2.500 habitantes, declarou estado de emergência local. Os moradores de Saskatchewan também foram solicitados a ficar dentro de casa por segurança.
A Cruz Vermelha informou à AFP que está ajudando a fornecer apoio às famílias das vítimas e às comunidades afetadas. Líderes internacionais, como o chanceler alemão, Olaf Scholz; a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, bem como o primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, enviaram mensagens de condolências e chamaram o ataque de "horrível", "brutal" e "sem sentido".