Em assembleia, Sindicato dos Metroviários decreta estado de greve
A decisão, de acordo os membros da entidade, foi motivada pelo sucateamento do sistema e a falta de recursos para manutenção e investimentos
Em assembleia geral extraordinária realizada na noite desta terça (6), no bairro de São José, área central do Recife, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários e Conexos de Pernambuco (Sindmetro-PE) decretou estado de greve.
A decisão, de acordo os membros da entidade, foi motivada pelo sucateamento do sistema e a falta de recursos para manutenção e investimentos.
“Vamos notificar o Ministério Público do Trabalho. A situação no Metrô é deprimente. Ele não pode funcionar da forma que está. Precisamos de verba de custeio para garantir a manutenção. Há muito tempo não vem verba alguma por parte do Governo Federal. Temos três relatórios e vamos entregar ao Ministério, mostrando que, se continuarmos operando do jeito que estamos, colocaremos a população em risco”, afirmou o presidente do Sindmetro, Luiz Soares.
No encontro, o sindicato lembrou que, em junho deste ano, em visita ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), em Brasília, foi informado que seriam destinados R$ 29 milhões em julho. “Já tiramos dinheiro do bolso para comprar peças pequenas, mas, para as maiores, não temos recursos. Disseram que vinha esse recurso, mas não mandaram. Depois, prometeram mais R$ 40 milhões, por conta das enchentes que prejudicaram nosso sistema, mas também não veio. Não tem como operar dessa forma”, frisou o presidente.
“Queremos mobilizar todos, categoria e população, para lutarmos por uma melhoria. Vejo a hora de ter algum acidente, com mortes. Quem é o culpado disso? O trabalhador? Ele não é culpado. Algumas vezes precisamos diminuir a velocidade do sistema porque não conseguimos manter a composição na velocidade ideal, devido aos problemas da via. Se, por acaso, eles reduzirem para menos de oito composições na linha Centro, e menos de seis para a linha Sul (totalizando 14 ao todo, não teremos como operar”, completou. O ideal, de acordo com o SindMetro, seria ter entre 18 a 20 trens.
Segundo a assessoria da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), o órgão se posicionará sobre o assunto a partir da notificação oficial do estado de greve.