Independência do Brasil: Desfile de 7 de Setembro movimenta Zona Sul do Recife

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e o comandante militar do Nordeste (CMNE), general de Exército Richard Fernandez Nunes, estão à frente das celebrações

Após dois anos sem ser realizado, o desfile cívico militar em comemoração aos 200 anos da Independência do Brasil voltou à Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, no bairro da Imbiribeira, Zona Sul do Recife, com a presença em peso do público. O evento teve início às 7h30, com a revista da tropa pelo comandante militar do Nordeste (CMNE), general de Exército Richard Fernandez Nunes.  

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e o comandante militar do Nordeste, estiveram à frente das celebrações. O palanque das autoridades foi instalado em frente ao Campus Recife da Universidade Salgado de Oliveira (Universo). 

“Temos sempre que comemorar datas como essa. Este ano é representativo, pois estamos celebrando 200 anos, sabendo que tem muito ainda o que fazer pro Brasil ser o país que nós queremos. Temos que diminuir as desigualdades. Temos que avançar nas políticas sociais para o Brasil ter mais emprego e renda. Mas essa data é importante. E é com a democracia que vamos avançar e buscar o País que nós queremos”, pontuou o governador Paulo Câmara. 

Este ano, o desfile começou com fortes chuvas, mas isso não desanimou os estudantes. A Escola de Referência em Ensino Médio Ginásio Pernambucano iniciou o cortejo por volta das 8h30. Inicialmente, se apresentou o Destacamento das Escolas e Entidades, que esse ano reuniu 41 centros educacionais e organizações de diferentes segmentos da sociedade.

Maria Eduarda Albuquerque Pereira, de 13 anos, desfilou pelo Colégio Militar de Pernambuco. Ela e sua turma chegaram às 5h e, após o desfile, a sensação foi de dever cumprido. 

“É a primeira vez que estamos participando, foi uma experiência bem diferente para a primeira vez. Eu já assisti vários anos, mas foi o primeiro que participei. A gente ensaiou três dias no colégio. Foi uma sensação muito boa ter marchado por aí”, destacou Maria Eduarda. 

O subcomandante do Colégio Militar, Coronel Oliveira, pai da estudante, estava muito emocionado com o desfile da filha. Além do pai, Maria estava acompanhada da mãe da irmã.  

“É muito emocionante para mim como pai ter a minha filha desfilando, uma vez que eu também fui aluno do Colégio Militar, é uma mistura de sentimentos que passa pela cabeça da gente. Ela estava muito motivada para desfilar, representar o colégio e participar dessa festa que é ser patriota, de passar e lembrar da pátria, dos feitos históricos, então pra ela também foi muito emocionante”, pontuou o coronel. 

Após as apresentações do Destacamento das Escolas e Entidades, por volta das 9h15, o desfile das tropas começou.

O desfile das tropas foi conduzido pelo Comandante da 10ª Brigada de Infantaria Motorizada, General de Brigada André Luiz Aguiar Ribeiro e contou com 320 militares da Marinha do Brasil, 1.095 do Exército Brasileiro, 320 da Aeronáutica, além de 620 da Polícia Militar de Pernambuco e 180 do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco. 

Logo em seguida, ocorreu o desfile motorizado com 120 viaturas militares e 41 veículos civis; além de 45 conjuntos a cavalo, do Regimento de Polícia Montada Dias Cardoso. O encerramento do desfile foi às 10h20, após a apresentação da cavalaria da Polícia Militar. A dispersão aconteceu no Fórum Desembargador Benildes de Souza Ribeiro. 

A estudante Nathália Ferreira Santos Titan, de 13 anos, também desfilou pelo Colégio Militar do Recife. Ela e a amiga, Maria Eduarda, estavam na aula de lanceiro que faz parte do Grêmio de Cavalaria. 

“Foi uma experiência muito diferente para mim, porque eu nunca tinha assistido ou participado. Foi uma emoção muito grande participar do desfile, andar tudo isso com o pessoal acenando, e eu que nem gosto de muita atenção. Eu adorei muito, foi muito legal. É uma sensação de dever cumprido”, destacou Nathália. 

O pai de Nathália, Alex Titan Lima da Silva, tenente-coronel do Exército, destacou a emoção de ver a filha desfilar pela primeira vez.    

“Eu já participei de muitos 7 de setembros, então você ver ela debutando na avenida é muito emocionante, porque esse sentimento de nacionalidade, de pertencimento, todas as escolas que passaram numa data tão significativa, são os 200 anos da independência do Brasil. É com muito orgulho e muita saudade, a emoção toca bastante. 

Com a voz embargada e lágrimas nos olhos, a mãe de Nathália, Elisa Ferreira Santos Titan, explicou o sentimento ao ver a filha desfilar. 

“É o primeiro desfile dela, nossos pais, os avós dela, desfilaram a vida inteira, então como filha eu fui muito ao desfile de 7 de setembro, mas a primeira vez como mãe é outra emoção”, disse. 

Isabela Cavalcante de Azevedo Pires, de 17 anos, também foi uma das participantes do desfile pelo Colégio Militar. Para ela, foi muito gratificante participar. 

“Faz muito tempo que desfilei em Brasília em 2018, aqui foi com um pessoal diferente, um colégio diferente, um local diferente, e foi muito gratificante. A gente chegou bem cedo, treinamos, então quando acaba vem aquela sensação que deu tudo certo, ainda bem. Foi muito bom”, explicou. 

Público

Emocionada, a médica veterinária Maria Helena Madruga Lima Ribeiro, prestigiou a sobrinha Marcela Catarina Brayner que estuda no Colégio Militar e está desfilando nesta quarta-feira (7). 

"Estou feliz em ver toda essa civilidade que a gente vê aqui. É uma coisa que vai no coração da gente, não temos como negar. Somos brasileiros com muito orgulho. Patriotismo sempre, a nossa vida está em jogo, é exatamente isso que a gente busca, é a civilidade, é a moral, a família acima de tudo. O que mais me chama a atenção são as bandas, os desfiles da polícia, do exército, da Marinha, as forças armadas como um todo", destacou.

Com bandeiras do Brasil, aplausos e gritos de vibração, centenas de pessoas acompanharam o desfile da Independência. Uma delas foi Vanda Maria Madruga Lima, de 83 anos, que desde pequena marca presença no evento. 

"Para mim o desfile é maravilhoso, não posso perder de jeito nenhum. Eu vinha com meu pai e sempre estou aqui. O sentimento é de emoção, e quando vem a banda com os hinos eu acho maravilhoso", disse.