Elon Musk poderá incluir denúncias sobre o Twitter em sua defesa
Alegações sobre falta de segurança na plataforma foram feitas por ex-funcionário da empresa
O bilionário Elon Musk poderá incluir as alegações de um ex-funcionário do Twitter sobre spam e falhas de segurança na plataforma de mídia social em sua defesa contra o processo movido pela empresa para fazê-lo concluir sua compra de US$ 44 bilhões. A decisão foi anunciada por um juíz de Delaware, que conduz o processo.
Para a equipe jurídica de Musk "é permitida apenas descobertas incrementais relevantes para as novas alegações" levantadas pelo denunciante, disse a juíza da chancelaria de Delaware, Kathaleen St. J. McCormick.
A juíza negou o pedido de Musk de adiar o julgamento para novembro.
Entenda as denúncias
Em agosto, Peiter Zatko, ex-chefe de Segurança do Twitter, provocou uma crise sem precedentes na história da rede social ao fazer denúncias de falhas graves na segurança de usuários.
Ele acusou a rede social de "vulnerabilidades extremas e flagrantes” nas proteções contra hackers e spam, segundo denúncias enviadas ao Congresso e autoridades regulatórias dos Estados Unidos e que foram reveladas pela CNN e pelo Washington Post na época.
A denúncia sugeria que o Twitter enganou seus próprios acionistas e reguladores americanos. A denúncia diz que as falhas são uma ameaça à segurança dos dados pessoais dos usuários do Twitter e à democracia.
Um dos argumentos usados por Musk para desistir da compra foi o fato da empresa não ter instrumentos para controlar os robôs que atuam na plataforma como falsos usuários.
Zatko afirmou que o Twitter, o diretor-executivo da plataforma, Parag Agrawal, e outros chefes e executivos cometeram “extensas violações legais”, incluindo a produção de informações enganosas e inadequadas para usuários da plataforma e investidores da companhia, agindo com “negligência e até cumplicidade” quanto aos esforços de governos estrangeiros de infiltração na plataforma, numa espécie de espionagem virtual.
Os advogados do proprietário da SpaceX e da Tesla já haviam enviado à Justiça e aos órgãos reguladores americanos uma nova versão da carta de rescisão para justificar o abandono do acordo de compra por Musk.
O texto enviado ao Twitter e à SEC, órgão regulador do mercado de capitais nos EUA, citava as denúncias do ex-diretor do Twitter como uma razão "adicional" para o cancelamento da transação. O documento afirmava que os fatos narrados por ele mostram "má gestão de grande alcance" na empresa, que "provavelmente tenha graves consequências" para o negócio no futuro da rede social.
O Twitter respondeu à carta considerado o motivo invocado por Musk para desistir da compra "inválido e injustificado".