Eleições 2022

Congressistas dos EUA pedem revisão de laços com o Brasil em caso de eleição antidemocrática

Americanos pedem que presidente Jair Bolsonaro assegure eleições dentro do regime democrático

Capitólio, nos Estados Unidos - Chip Somodevilla/Getty Images via AFP

Congressistas dos Estados Unidos apresentaram uma resolução nesta quarta-feira (7) que insta o Brasil a garantir eleições "transparentes" e o presidente Joe Biden a rever os laços bilaterais se um governo chegar ao poder "por meios não democráticos", afirma o texto. 

Coincidindo com o bicentenário da Independência do Brasil, os congressistas denunciam "os esforços para incitar a violência política, para incentivar as forças armadas brasileiras a intervir" nos processos eleitorais, e "para questionar ou subverter as instituições democráticas e eleitorais".

O presidente Jair Bolsonaro está atrás do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva nas pesquisas eleitorais. Bolsonaro questionou o sistema de votação e disse temer fraudes eleitorais como a que denunciou, sem provas, nos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump, de quem se declara admirador e amigo.

"Seria inaceitável que os Estados Unidos reconhecessem um governo que chegou ao poder de forma não democrática (...) é importante que o povo brasileiro saiba que estamos ao seu lado, do lado da democracia", disse o senador americano Bernie Sanders, um dos promotores da resolução, em comunicado. 

A resolução pede ao governo Bolsonaro que assegure que as eleições “sejam realizadas de forma livre, justa, credível, transparente e pacífica”. 

Os Estados Unidos devem "reconhecer imediatamente" o resultado eleitoral se observadores e organizações internacionais determinarem que as eleições foram livres e justas e "revisar e reconsiderar a relação" com qualquer governo que chegue ao poder "por meios não democráticos, incluindo um golpe militar", diz o texto. 

Essa proposta bicameral "é crítica e traça uma linha importante: os Estados Unidos não devem reconhecer formalmente ou fornecer ajuda militar a um governo ilegítimo", disse a congressista Sara Jacobs, citada no comunicado.