Preso no Irã, cineasta Jafar Panahi ganha prêmio no Festival de Veneza
Diretor iraniano recebeu o Prêmio Especial do Júri pelo filme No Bears
O cineasta iraniano Jafar Panahi ganhou o Prêmio Especial do Júri do Festival de Veneza pelo seu filme "No Bears" (Não há ursos, em tradução livre), neste sábado (10). Por estar preso em seu país natal, o diretor não pode estar presente na cidade italiana.
Apesar de sua ausência da sala, o cineasta foi aplaudido longamente pelo público de Veneza, após o anúncio de seu prêmio. O Júri do 79º Festival Internacional de Cinema de Veneza é presidido pela atriz americana Julianne Moore.
Em 11 de julho, Panahi foi preso ao chegar ao tribunal de Teerã quando compareceu no caso de outro diretor de cinema premiado, Mohammad Rasulof. Este último foi preso em 8 de julho junto com seu parceiro Mostafa Aleahmad. Panahi é conhecido por seus posicionamentos contra o regime no Irã.
Segundo um porta-voz do sistema judiciário iraniano, Panahi cumpre, no momento, uma pena aplicada em 2010, quando ele foi condenado a 6 anos de prisão e 20 anos de proibição para trabalhar com cinema, por "propaganda contra o governo".
O cineasta também já foi considerado culpado do mesmo crime por apoiar os protestos de 2019 contra a reeleição do ultraconservador Mahmud Ahmadinejad como presidente da República Islâmica.
O diretor, de 62 anos, ganhou o prêmio de melhor roteiro em Cannes em 2018 por "3 Faces", três anos depois de ganhar o Urso de Ouro em Berlim por "Táxi Teerã".