Brasil

Casal promove 'beijaço' na porta de bar dias após prestar queixa por injúria contra estabelecimento

O arquiteto e designer Fernando Pimentel e o seu marido, o advogado Rafael Monteagudo estiveram na no local na tarde deste domingo acompanhados de amigos e clientes

Rio de Janeiro - Fabiano Rocha/Reprodução/Redes Sociais

Quatro dias após registrarem queixa de crime de injúria contra Milton Caruso de Freitas, sócio do Bar Popeye, por não terem sido atendidos no estabelecimento por serem um casal homossexual, o arquiteto e designer Fernando Pimentel e o seu marido, o advogado Rafael Monteagudo, voltaram ao local para promover um beijaço.

Uma grande bandeira nas cores LGBTQIA+ foi estendida na calçada do bar localizado na Rua Visconde de Pirajá, quase esquina com a Rua Farme de Moraes. Ao redor dela, os presentes, entre clientes e funcionários, aplaudiram quando o casal se beijou.

- Frequento o Popeye há seis anos e vim aqui para apoiar o estabelecimento. Conheço a cultura do bar e como já aconteceu aqui outras vezes, acho que devia estar muito cheio e eles não deviam estar conseguindo atender todo mundo - opina a publicitária Aline Rizzotto, de 47 anos.

Monteagudo afirmou que o casal sempre foi frequentador do Popeye e o local sempre teve a presença de membros da comunidade LGBTQIA+. No entanto, no dia 7 de setembro, eles tentaram comprar um chopp no balcão e um funcionário informou que havia uma ordem para que homossexuais não fossem atendidos.

- O sócio Milton Caruso de Freitas falou que não queria a gente no bar dele e que não iria vender para gays. Quando chegamos no local, outros amigos disseram que tinham passado pela mesma situação. Registramos uma queixa na delegacia porque não há mais espaço para a homofobia - afirma o advogado.

Antônio de Pádua, outro sócio do Popeye, foi ao bar para apoiar o beijaço. Ele aproveitou para garantir que o bar nunca discriminou seus clientes e afirmou que o ocorrido não irá se repetir. Também revelou que Freitas está afastado.

- Estamos aqui há 53 anos e a comunidade LGBTQIA+ sempre esteve entre nossos clientes. Entre nossos funcionários também temos homossexuais. Somos conhecidos por sermos agregadores - disse.

O administrador Leonardo Boller, de 43 anos, reitera a versão do casal. Recorda que além do casal, outras pessoas também não foram atendidas por serem homossexuais.

- Estava muito cheio e tinham muitos bolsonaristas. Imagino que o sócio não tenha nos atendido por isso - afirma.

O designer aproveitou para deixar claro que o casal reprova a conduta de Freitas. Ainda elogiou Pádua:

- É claramente uma ação do Milton e não da casa. Temos muito carinho pelo Popeye e sempre fomos bem atendidos na casa. A ação veio do Milton e quem ter que ser responsabilizado criminalmente é ele.