Últimas horas na Escócia do caixão Elizabeth II antes da viagem para Londres
Dezenas de milhares de pessoas passaram desde segunda-feira (12) pela capela em que se encontra o caixão na catedral de Saint Giles de Edimburgo
O caixão com o corpo de Elizabeth II passa nesta terça-feira (13) as últimas horas na Escócia, região que ela tanto amava, antes de ser transportado para Londres, para seis dias de homenagens antes do funeral no dia 19 de setembro.
Dezenas de milhares de pessoas passaram desde segunda-feira (12) pela capela em que se encontra o caixão na catedral de Saint Giles de Edimburgo, capital escocesa, para homenagear a monarca britânica mais longeva, que teve um reinado de 70 anos.
Gavin Hamilton, de Edimburgo, ficou na fila por mais de cinco horas e só conseguiu entrar na catedral às 2H50. E milhares de pessoas continuavam na fila.
"Na fila havia pessoas que vieram de Aberdeen, a quase 100 milhas (160 quilômetros)", disse.
O caixão estava coberto pelo estandarte real e a coroa da rainha da Escócia. O cortejo fúnebre pelas ruas de Edimburgo na segunda-feira foi acompanhado a pé pelos quatro filhos da rainha: o novo rei, Charles III, de 73 anos, a princesa Anne, 72, Andrew, duque de York, 62, e Edward duque de Wessex, 58.
Os filhos permaneceram ao lado do caixão durante os primeiros momentos da homenagem na câmara-ardente em Saint Giles.
Elizabeth II faleceu na quinta-feira (8) aos 96 anos em sua residência de Balmoral, na região das Highlands escocesas.
O caixão da monarca sairá durante a tarde da catedral de Edimburgo rumo ao aeroporto para o traslado até Londres, com a presença de sua filha Anne.
Durante a noite permanecerá no 'Bow Room' do Palácio de Buckingham, ao lado da família, e na quarta-feira (14) será levado para o Westminster Hall, a ala mais antiga da sede do Parlamento britânico.
Centenas de milhares de pessoas devem passar pelo local para prestar homenagem à rainha. O governo alertou que as pessoas podem ser obrigadas a passar várias horas na fila antes de se aproximar do caixão.
"Levem isto em consideração antes de decidir sobre comparecer ou trazer crianças", advertiu Downing Street.
Desde segunda-feira, várias pessoas já aguardavam diante do Parlamento, 48 horas antes da abertura do local para o público, prevista para quarta-feira às 17H00 (13H00 de Brasília).
"Eu disse a minhas filhas que definitivamente vou apresentar meus respeitos presencialmente. Estou feliz de estar na fila, não importa o tamanho", disse Vanessa Nanthakumaran, uma das primeiras pessoas na fila.
No domingo está previsto um minuto de silêncio às 20H00 (16H00 de Brasília).
Charles III percorre o país
Paralelamente, Charles III prossegue com sua viagem institucional pelas quatro "nações" do Reino Unido - Escócia, Gales, Irlanda do Norte e Inglaterra. Nesta terça-feira, ele viajará de Edimburgo a Belfast para reuniões com líderes políticos da Irlanda do Norte.
Se a rainha gozava de respeito de amplos setores em todas as regiões, Charles III tem o desafio de manter as costuras do reino após o Brexit.
A decisão de deixar a União Europeia foi percebida como inglesa e estimulou o sentimento anti-Londres entre os separatistas escoceses, galeses e norte-irlandeses.
"Reconheço que ela foi uma líder corajosa e graciosa", disse na segunda-feira Michelle O'Neill, vice-presidente do Sinn Fein, que pode assumir o cargo de primeira-ministra da Irlanda do Norte.
"Em um mundo turbulento e de mudança incessante, Sua Majestade foi a nossa constante, a âncora de nossa nação", afirmou a chefe de Governo da Escócia, a independentista Nicola Sturgeon, que deseja organizar outro referendo de independência após a votação organizada em 2014 e que teve a vitória do "Não".
A visita à Irlanda do Norte é uma etapa muito significativa na viagem do novo rei porque a região está em paz há mais de duas décadas, mas o conflito entre protestantes leais à Coroa e católicos partidários da união com a Irlanda continua provocando tensões.
Charles III não poderá ter uma reunião com o chefe de Governo regional porque as divergências entre os representantes políticos das duas comunidades impedem a designação de uma pessoa para ocupar o cargo desde as eleições de maio.