Governo quer a 'despedalada final' no BNDES, diz Guedes
Em evento no Rio, ministro afirma que devolução vai ajudar o país a reduzir a dívida pública
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que está apertando o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para realizar o que chamou de “despedalada fiscal”. O ministro se refere às conversas entre o governo e o banco para acelerar a devolução de recursos do banco para a União.
Guedes criticou a política adotada pelo BNDES em governos anteriores, como o investimento em grandes empresas durante os governos petistas, os chamados "campeões nacionais". Disse ainda que o país pode crescer 3% neste ano e criticou o teto de gastos.
"Nós estamos apertando o BNDES para a despedalada final. Está faltando a despedalada final. Estão devendo só R$ 90 bilhões, que foram as pedaladas que o BNDES recebeu. O TCU já foi consultado e já deu o parecer que ele tem que resolver".
As falas ocorreram durante evento organizado pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
O ministro criticou o que chamou de corporativismo de parte da instituição.
"O presidente do BNDES já separou o dinheiro e quer devolver o dinheiro, mas o corporativismo existe. Tá cheio de diretor que gosta de receber bônus de R$ 100 mil todo o ano. Nós estamos pagando o custo da dívida e eles querem ficar com o dinheiro que foi repassado por eles a 3%. É um subsídio que a população brasileira está pagando. Nós queremos a despedalada final. Nós queremos o dinheiro de volta. O TCU mandou devolver o dinheiro, mas a assessoria jurídica do BNDES quer manter o dinheiro".
Segundo o ministro, as devoluções vão ajudar o governo a reduzir a dívida/PIB do país. Guedes fez a ressalva de que banco está fazendo um “belíssimo trabalho”, com reestruturação das finanças de estados e municípios.
"Não é mais o Recreio dos Bandeirantes, onde a paulistada vinha e pagava dinheiro subsidiado. Não é mais o parque do campeões nacionais. Não é mais assim".
Nesse sentido, o ministro destacou que a recuperação econômica recente também vem sendo promovida pelo crescimento de pequenas e médias empresas.
Durante a gestão do atual presidente, Gustavo Montezano, o banco estatal restringiu a concessão de crédito como um todo e tem buscado se desfazer de participações em grandes companhias por meio da venda de ações.