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Nubank decide fechar capital na Bolsa brasileira

Banco vai concentrar a negociação de seus papéis na Bolsa de Nova York (Nyse)

Sede da Nubank - Divulgação

O Nubank decidiu fechar o capital na Bolsa brasileira. Após aprovação do seu conselho de administração, o banco digital vai pedir à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a descontinuidade das negociações dos BDRs nível III. Assim, a fintech irá manter apenas as negociações no mercado americano, iniciadas em dezembro de 2021.

Desde o IPO, os papéis NUBR33 perderam 52,5% do valor, saindo de R$ 10,04 para R$ 4,76 nesta quinta-feira (15).

O pedido precisa ser aprovado pela B3. Nesse caso, os acionistas terão três opções: poderão escolher entre receber proporcionalmente ações negociadas em Nyse, nos Estados Unidos; realizar a venda dos ativos em processo facilitado; ou trocar os BDRs de nível III — recibos de ações de mercados estrangeiros registrados na CVM — por BDRs de nível I, dispensados do registro de companhia na CVM, na proporção um para um.

Segundo o Fato Relevante, o objetivo é "maximizar a eficiência e minimizar redundâncias consequentes de uma companhia aberta em mais de uma jurisdição".

Ao destacar que Google, Tesla e Facebook negociam no Brasil via BDRs Nível I, Cristina Junqueira, cofundadora e CEO do Nubank no Brasil declarou, em nota, que a empresa "visa maximizar a eficiência e a escalabilidade, reduzindo cargas de trabalho duplicadas desnecessárias em requisitos regulatórios, que consomem recursos consideráveis" para "entregar crescimento e valor" aos stakeholders.

Fabrício Gonçalvez, Ceo da Box Asset Management, acredita que, ao fechar capital na Bolsa brasileira. o Nubank consegue reduzir custos:

— Nesse cenário de aperto monetário, as fintechs, que são empresas de tecnologia, sofrem com o caixa. Também há desconfiança por parte dos investidores porque os números previstos no plano de negócio não estavam sendo executados. Então, para eles, ter essa dupla listagem não estava sendo tão positivo, já que se gasta muito com pessoal para atender à complexidade regulatória.

Recentemente, o cofundador David Vélez apontou insatisfação com a cobrança de analistas de mercado por uma rentabilidade maior e mais rápida. Por ser uma empresa de crescimento, alegou que há um processo até que a tese se confirme.