Comunicação

Emojis: 40 anos de evolução desde :-) às diversas variações que temos hoje

Em 19 de setembro de 1982, o professor de ciência da computação Scott Fahlman juntou dois pontos, um hífen e um parêntese e acabou fazendo história na internet

Emoji - Reprodução

Há exatos 40 anos, mais precisamente às 11h44 do dia 19 de setembro de 1982, o professor de ciência da computação Scott Fahlman juntou dois pontos, um hífen e um parêntese e acabou fazendo história na internet. 

De acordo com reportagem da CNN, Fahlman postou o símbolo :-), que mais parecia a uma carinha sorridente, no quadro de avisos on-line da Carnegie Mellon University, onde lecionava, uma espécie de rede social bem primitiva, que podia ser acessada através da intranet da faculdade, restrita a textos.

O símbolo, classificado de “primeiro emoticon digital” pelo Guinness World Records, foi visto como precursora dos milhares de emojis usados nas mensagens postadas nas redes sociais, e passou a ser uma forma de transmitir o sarcasmo dos jovens on-line.

Em entrevista à CNN Business, Fahlman afirmou: “Quando você está em um meio de internet apenas de texto, as pessoas não podem dizer se você está brincando ou não. Não há linguagem corporal, nem expressões faciais.”

Nos 40 anos seguintes, emoticons e emojis se tornaram figurinhas fáceis nas conversas on-line e até mesmo off-line. Atualmente, existem mais de 3.600 emojis disponíveis para que os usuários expressem todas as suas emoções, seja com uma mão acenando, um rosto chorando ou jogando beijinhos, coraçãozinhos ou uma carinha um tanto quanto curiosa usando um monóculo.

Chefe do Emoji Subcommittee do Unicode Consortium, uma organização sem fins lucrativos que supervisiona os padrões de emoji, Jennifer Daniel sintetiza: os emojis nos oferecem coisas que as palavras não conseguem exprimir.

O que começou com alguns sinais de pontuação digitados em um quadro de mensagens da faculdade décadas depois se tornou num esforço global para expandir as mais diferentes formas digitais de expressão, abrangendo funcionários de empresas de tecnologia e até contribuições de usuários.

A evolução nos últimos 40 anos

Em pouco tempo, o emoticon original e suas variações se espalharam além da Carnegie Mellon, mostra a CNN. No entanto, levaria tempo para que os emojis pegassem nos Estados Unidos.

Em meados da década de 1990, a NTT Docomo, empresa japonesa de telefonia celular, incluiu um pequeno coração preto nos pagers. Em 1997, a SoftBank, também japonesa, japonesa, lançou um conjunto de emojis de 90 caracteres, mas os gráficos não pegaram até a coleção de 176 caracteres da Docomo em 1999.

Em 2010, o Unicode, que estabelece padrões internacionais de tecnologia para oferecer suporte a diferentes idiomas, assumiu a tarefa de padronização de emojis, a pedido de empresas de tecnologia como Apple e Google.

Hoje, existem diretrizes muito claras para novos emojis e envios de usuários, mas os primeiros dias da padronização de emojis do Unicode permitiram algumas opções um tanto quanto questionáveis, como por exemplo, um caractere de dedo médio.

Em 2011, a Apple adicionou um teclado emoji oficial disponível fora do Japão. Em 2015, o emoji de rosto com lágrimas foi nomeado a palavra do ano do Dicionário Oxford. Esse emoji continua sendo o favorito entre os usuários dos EUA, de acordo com um estudo da Adobe divulgado este mês, ao qual a CNN teve acesso.

O futuro dos emojis

Da mesma forma como a linguagem evoluiu, acontece o mesmo com os emojis, e 3.000 pode não ser suficiente. Todo mês de setembro, o Unicode lança atualizações do conjunto de emojis depois de analisar as propostas enviadas e responder às tendências globais. A versão 15.0.0, lançada nesta terça-feira, adicionou 20 caracteres emoji, incluindo um palito de cabelo, maracas e água-viva. E, vale lembrar, que essas atualizações são lançadas progressivamente nos dispositivos móveis.

Após críticas por falta de representação de raça, gênero, sexualidade e deficiência, no emoji 2.0 de 2015, o Unicode lançou cinco opções de tons de pele e duas opções de gênero para profissões no Emoji 4.0 de 2016, de acordo com Emojipedia. Emojis de acessibilidade foram adicionados em 2019, bem como opções de casal com inclusão de gênero, lembra a reportagem da CNN.

No ano passado, os novos emojis refletiram mudanças sociais, como homem trans grávido e aperto de mão com 25 tons de pele.

Fahlman, que continua trabalhando na Carnegie Mellon como professor emérito, pesquisando inteligência artificial e suas aplicações, usa emojis muito raramente. E dá palestras ao redor do mundo sobre sua criação de emoticons e reconhece o interesse contínuo por ela.

-É divertido ser um pouco famoso por alguma coisa - confessou, em entrevista à CNN Business.