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Com calendário cheio, eliminação nas Copas ajuda clubes no Brasileirão

Líder e vice da competição, Palmeiras e Internacionais são alguns dos times 'beneficiados'

Verdão é o líder isolado da Série A - Reprodução/ Twitter Palmeiras

Com quatro competições acontecendo simultaneamente durante a temporada, não é segredo que o calendário brasileiro é curto para a quantidade de jogos disputados. A saída é, muitas vezes, priorizar uma competição em detrimento de outras, levando muitas vezes em conta o fator financeiro. A Copa do Brasil paga cerca de R$ 75 milhões em prêmio acumulado; Libertadores e Sul-Americana dão ao vencedor cerca de R$ 120 milhões e R$ 37 milhões, respectivamente.

A eliminação nas Copas, no entanto, não significa o fim da temporada, e hoje os principais times que brigam no topo da tabela no Brasileirão melhoraram o seu desempenho desde que passaram a disputar uma quantidade menor de competições, espaçando mais os jogos e dando mais tempo de recuperação aos atletas.

O Palmeiras, líder isolado do campeonato com oito pontos acima do segundo colocado, o Internacional, viu seu aproveitamento subir de 62,5% para 77,77% após a eliminação para o São Paulo na Copa do Brasil, em julho. Depois da derrota para o Athletico na Libertadores, há duas semanas, não perdeu os dois jogos que disputou no Brasileirão, e viu alguns rivais que seguem na “caça ao líder” tropeçarem ao usar equipes mistas no campeonato, priorizando outras competições.

Um dos “caçadores” é o Internacional, que teve um começo desanimador na temporada, com a eliminação na primeira fase da Copa do Brasil . O colorado ainda avançou até as quartas de final da Sul-Americana, quando foi eliminado para o Melgar, do Peru, antes da 22ª rodada do Brasileirão.

Se dolorosa na competição sul-americana, a queda fez bem para o Inter no Brasileirão: da sexta colocação, o time pulou para o segundo lugar em seis rodadas, deixando para trás Flamengo, Athletico, Corinthians e Fluminense, que estavam envolvidos com disputas na Libertadores e Copa do Brasil.

Na parte inferior da tabela, quem começou o ano vivendo um drama foi o Fortaleza. Lanterna da 3ª à 16ª rodada , o clube voltava suas atenções para a Libertadores e a Copa do Brasil, competições que parou de disputar em julho. Desde as eliminações, veio a recuperação no Brasileirão: o clube cearense passou de apenas 11 para 31 pontos, com o aproveitamento saindo de 22,9% para 60%.

A torcida tricolor não gostou da queda ainda na fase de grupos da Copa Sul-Americana, mas o Fluminense subiu da sétima para a terceira posição no Brasileiro desde então. Após a derrota na Copa do Brasil, o time de Fernando Diniz passou a se dedicar apenas ao torneio por pontos corridos, e no último domingo foi premiado com uma vitória sobre o Flamengo.

Não há, claro, uma fórmula garantida. Mesmo disputando apenas o Brasileirão desde agosto, o Atlético-MG faz uma temporada irregular. O título já saiu da alça de mira, e o time de Cuca briga por uma vaga na Libertadores.

A temporada do Flamengo vai na contramão. Finalista da Copa do Brasil e da Libertadores, o treinador Dorival Júnior apostou em um rodízio de jogadores em busca de um bom aproveitamento em todas as competições. Deu certo nas Copas, nem tanto no Brasileirão — o rubro-negro está 12 pontos atrás do líder.

Dorival optou por utilizar o time misto em duas oportunidades em que poderia se aproximar do Palmeiras: na 25ª rodada, no confronto direto com o primeiro colocado, em preparação para o jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil; e contra o Ceará, às vésperas da volta da semi da Libertadores, mesmo com o time tendo a vantagem da goleada de 4 a 0 na ida e jogando no Maracanã.

Finalista da Sul-Americana e eliminado na semifinal da Copa do Brasil, o São Paulo também viu seu desempenho piorar no Brasileirão depois que voltou as atenções para outros torneios. Depois de ter começado bem o campeonato, chegando à vice-liderança na sexta rodada, o tricolor paulista ocupa hoje a 13ª posição na tabela, com apenas 41% de aproveitamento.