Santa tem pedido de recuperação judicial deferido pela Justiça
Tricolor conseguiu evitar leilão do Arruda e agora terá dois meses para elaborar um plano de renegociação de débito com os credores
Pediu e foi atendido. Convivendo com uma série de dívidas, que por pouco não provocaram o leilão do estádio do Arruda, o Santa Cruz formalizou, via dois escritórios de advocacia contratados pelo clube, uma solicitação de recuperação judicial na 9ª Vara Cível da Comarca do Recife. Horas depois, a confirmação: o pedido da liminar foi deferido ontem, suspendendo não somente a venda do patrimônio coral como também “congelando” por seis meses todas as execuções e dívidas dos pernambucanos. A Cobra Coral terá agora 60 dias para elaborar um plano de renegociação dos débitos com os credores.
Pedidos de recuperação judicial são comuns em empresas em crise financeira, normalmente para evitar falência, visando suspensão e renegociação das dívidas de forma planejada e estruturada. Pela lei, tais pedidos não se aplicam às organizações de modelos associativos, como é o caso do Santa Cruz. No entanto, há um precedente aberto pelo Figueirense, que também conquistou a recuperação judicial pela Justiça.
O pedido de recuperação judicial também visa atrair investidores para a implementação do modelo de Sociedade Anônima de Futebol (SAF) no Santa Cruz. Em nota, o clube informou que a medida "não será isolada e está em conjunto com diversas outras ações que estão sendo estudadas e adotadas para profissionalizar o clube e viabilizar a sua retomada para a elite do futebol nacional. A diretoria reafirma seu compromisso de tratar com todos os seus credores, agora no ambiente de recuperação judicial, de forma a permitir a negociação coletiva e adimplemento de todo o seu passivo. O clube está otimista com este passo dado, ciente das dificuldades, mas com o mesmo engajamento para superar a crise e voltar aos tempos de glória", frisou. No balanço financeiro de 2021, o Santa declarou um passivo de R$ 222 milhões.
Exemplo recente
Além do Figueirense, o Paraná também buscou o pedido de recuperação judicial para se reorganizar financeiramente. Na semana passada, a equipe apresentou um plano para o pagamento das dívidas de aproximadamente R$ 75 milhões - no balanço do clube, contudo, o passivo é superior a R$ 90 milhões.