Venezuela declara na ONU que sanções são crimes contra humanidade
A "guerra económica" no país gerou para o país um prejuízo de 150 bilhões de dólares nos últimos anos
O chanceler da Venezuela, Carlos Faria, atacou nesse sábado (24), nas Nações Unidas, as sanções que a comunidade internacional impôs ao seu país, chamando-as de crimes contra a humanidade.
Essas "medidas cruéis" - 913 no total, especificou Faria - se traduzem "concretamente em sofrimento, privações e agressões sistemáticas que restringem a vida e os direitos coletivos do meu país, motivo pelo qual não hesitamos em denunciar essas medidas cruéis como crimes contra a humanidade", disse Faria na tribuna da Assembleia Geral das Nações Unidas.
A "guerra económica", como definiu, gerou para o país um prejuízo de 150 bilhões de dólares nos últimos anos e impediu, durante a pandemia, "a compra de medicamentos e vacinas".
O chanceler, que leu uma carta do presidente Nicolás Maduro em uma sala parcialmente vazia, acusou a Europa e os Estados Unidos de usar essa "estigmatização" para perpetrarem o "espólio mais descarado" do patrimônio venezuelano e seus ativos no exterior.
Faria citou, entre outros, o "sequestro" das 31 toneladas de reservas de ouro venezuelano depositadas no Banco da Inglaterra, cujo valor é estimado em 1,3 bilhão de dólares, e o "roubo" nos Estados Unidos da empresa Citgo Petroleum Corporation, avaliada em mais de 30 bilhões de dólares, aos quais se soma o bloqueio de mais de 10 bilhões de fundos e depósitos venezuelanos em bancos estrangeiros.