Suape

Grupo Bemisa investe R$ 10 bilhões para construção de ferrovia e terminal de minério em Suape

Equipamentos tem o objetivo de ser uma alternativa à Transnordestina. Serão gerados 1,9 mil empregos diretos e até 1,4 mil empregos indiretos para construção do Terminal, cujas obras devem iniciar em 2027

Estado assina contrato para viabilizar terminal de minério em Suape - Melissa Fernandes/Folha de Pernambuco

O Grupo Bemisa e o Governo de Pernambuco anunciaram a implantação de um Terminal de Granéis Sólidos Minerais no Complexo Industrial Portuário de Suape. O equipamento será modalidade de Terminal de Uso Privado (TUP) e receberá um aporte de R$ 1,5 bilhão da empresa Planalto Piauí Participações e Empreendimentos S.A, que faz parte do Grupo Bemisa.

Além do terminal, a Bemisa anunciou que serão investidos no total R$ 10 bilhões em um pacote de ações que prevê a construção de uma Ferrovia com R$ 5,7 bilhões de investimento, indo de Curral Novo, no Piauí até o Complexo de Suape, e R$ 2,8 bilhões para adequação de uma mina para exploração de minérios.
 
Com o aporte no terminal, serão gerados 1,9 mil empregos diretos e até 1,4 mil empregos indiretos. A expectativa é de que as obras do empreendimento iniciem em 2027, com duração de três anos. A área do empreendimento é de 51,8 hectares.

Segundo o governador Paulo Câmara, a construção dos equipamentos vai proporcionar uma nova realidade logística no Estado.
 
“Esse desafio era um muito grande que está sendo concretizado, é uma parceria estratégica, a Bemisa é detentora de uma mina de minério de ferro no Piauí e vai ajudar na finalização da ferrovia que vai ligar o Piauí até Suape. Isso vai possibilitar que o ramal ferroviário funcione também para outros arranjos produtivos, é mais uma opção logística importante e que vai baratear custos, dando condições de desenvolvimento. Vai ter condições de potencializar a utilização de Suape, tendo uma opção de escoamento através da malha ferroviária”, contou.
 
Quando ponto, o novo terminal deverá gerar 400 empregos diretos na região. Com o anúncio, os próximos passos agora são a realização de um estudo de viabilidade técnica, econômica e social; realização de projetos de engenharia; e os estudos de impactos socioambientais.

O terminal terá capacidade de recebimento e embarque de 50 mil toneladas de minério por dia e volume máximo de 780 mil toneladas para estocagem no pátio. A operação tem previsão de arrecadar R$ 617,2 milhões em tarifas portuárias e um total de R$ 184,5 milhões pelo arrendamento da área durante a vigência do contrato, que é de 30 anos. 
 
O CEO da Bemisa, Augusto Lopes, conta os estudos serão feitos e ainda não se sabe se o grupo conseguirá utilizar a estrutura da ferrovia Transnordestina.
 
“Temos uma série de pontos para concretizar e chegar a implantação. Estamos do desenvolvimento e um investimento dessa magnitude envolve mina, ferrovia e porto, é um projeto integrado. A discussão de usar a Transnordestina não depende de nós, mas estamos abertos para avaliar. Nosso projeto é independente e buscamos uma alternativa, uma solução logística”, afirmou.
 
O terminal ficará na parte da ilha de Suape que foi aterrada e vai preservar 52% do meio ambiente local.
 
O diretor-presidente de Suape, Roberto Gusmão, conta que não só as minas poderão passar pela ferrovia que será construída, o que vai beneficiar outras cadeias produtivas da economia. “É uma alternativa a Transnordestina, o Estado teve atratividade para um grupo com muita experiência em terminais portuários e solidez financeira. O terminal vai escoar a produção da mina em Curral Novo, no Piauí, e criar várias oportunidades de escoamento de granéis e no frete de retorno que encarece muitas mercadorias no interior de Pernambuco”, declarou.
 
Gusmão conta ainda que a criação da ferrovia não representa que o Estado tenha desistido da obra da Transnordestina. “A Bemisa tem autorização ferroviária para construir na área que determinarem e não significa que abrimos mão da Transnordestina. Nós criamos uma alternativa para a ferrovia, vamos batalhar para que elas sejam construídas e é importante que a gente possa desenvolver projetos duradores”, disse.