ECONOMIA MUNDIAL

Diretora da OMC prevê "recessão mundial"

Destacou que tanto o Banco Mundial como o FMI reduziram as previsões para a economia mundial e indicou que os dados sobre o comércio "não parecem bons"

O edifício da sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) é visto em Washington - Mandel Ngan / AFP

A diretora geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) prevê uma "recessão mundial" em um contexto de "crises múltiplas" no planeta, e pediu a implementação de políticas radicais para estimular o crescimento.

Na abertura do fórum público anual da organização em Genebra, Ngozi Okonjo-Iweala também destacou que a OMC aguarda uma recuperação após a pandemia de Covid.

"Penso em uma recessão mundial. Penso que seguimos para isto. Mas ao mesmo tempo, devemos começar a pensar na recuperação. Devemos restabelecer o crescimento", afirmou a diretora geral do organismo.

Okonjo-Iweala disse que a guerra na Ucrânia, a crise climática, o nível dos preços dos alimentos e da energia, somados às consequências da pandemia de Covid criam as condições para uma recessão global.

 

Ela destacou que tanto o Banco Mundial como o Fundo Monetário Internacional reduziram as previsões para a economia mundial e indicou que os dados sobre o comércio "não parecem bons". 

Para Okonjo-Iweala é necessário refletir sobre o que será implementado e que a curto prazo a principal preocupação é como "garantir a segurança alimentar". Ela também citou sua preocupação com o acesso à energia. 

Okonjo-Iweala afirmou que os Bancos Centrais "não têm outra opção" que elevar as taxas de juros devido  à inflação

Ela explicou, no entanto, que a medida terá efeitos "bastante graves" nos países em desenvolvimento, com mais dificuldades para cumprir o pagamento das dívidas. 

Também ressaltou a importância de que os Bancos Centrais determinem se a inflação é provocada por uma forte demanda ou se o aumento dos preços está ligado a razões estruturais do lado da oferta. 

"Se estes são fatores do lado da oferta sobre os quais não há controle, continuar aumentando as taxas de juros é contraproducente”, alertou.