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Apple desiste de aumentar produção do iPhone 14 após queda na demanda

Empresa esperava ver novos dispositivos desencadearem um surto de vendas. Modelos do iPhone 14 Pro vendem melhor que os aparelhos básicos

Celular iPhone 14 da Apple - Apple/Divulgação

A Apple está recuando nos planos de aumentar a produção de seus novos iPhones este ano depois que um aumento antecipado na demanda não se concretizou, segundo fontes a par do assunto.

A fabricante de eletrônicos com sede em Cupertino, na Califórnia, disse aos fornecedores para desistirem dos esforços para aumentar a produção da família de iPhones 14 em até seis milhões de unidades no segundo semestre deste ano, disseram as fontes, pedindo para não serem identificadas.

Em vez disso, a empresa pretende produzir 90 milhões de aparelhos para o período, aproximadamente o mesmo nível do ano anterior e de acordo com a previsão original da Apple, acrescentaram.

De acordo com algumas das fontes ouvidas pela Bloomberg, a demanda por modelos de iPhone 14 Pro, mais caros, é mais forte do que para as versões básicas. Em pelo menos um caso, um fornecedor da Apple está transferindo a capacidade de produção de iPhones mais baratos para modelos os premium, acrescentaram.

As ações da Apple caíram até 3,3% nas negociações de pré-mercado nesta quarta-feira (28). Os futuros de índices de ações dos EUA também caíram após as notícias, com os contratos no Nasdaq 100 caindo até 1,5%.

Em Taipei, as ações da fabricante de chips Taiwan Semiconductor Manufacturing caíram 2,2% e os papéis da maior montadora de iPhones da Apple, a Hon Hai Precision Industry, registraram queda de 2,9%, em meio a uma ampla venda de fornecedores de eletrônicos. A ASML Holding NV, fabricante de equipamentos avançados para fabricação de chips, recuou 3,2% em Amsterdã.

A Apple atualizou suas projeções de vendas nas semanas que antecederam o lançamento do iPhone 14 e alguns de seus fornecedores começaram a se preparar para um aumento de 7% nos pedidos.

Procurado pela reportagem, um porta-voz da Apple se recusou a comentar.

A China, o maior mercado de smartphones do mundo, está em uma recessão econômica que atingiu seus fabricantes de dispositivos móveis domésticos e também afetou as vendas do iPhone. As compras da série iPhone 14 nos primeiros três dias de disponibilidade na China caíram 11% em relação ao seu antecessor no ano anterior, de acordo com uma nota divulgada segunda-feira (26) pela Jefferies, empresa de serviços financeiros com sede na cidade de Nova York.

A demanda global por eletrônicos pessoais também foi suprimida pelo aumento da inflação, temores de recessão e perturbações da guerra na Ucrânia. O mercado de smartphones deve encolher 6,5% este ano, para 1,27 bilhão de unidades, de acordo com dados do rastreador de mercado IDC.

"As restrições de oferta no mercado desde o ano passado diminuíram e a indústria mudou para um mercado com demanda restrita" disse Nabila Popal, diretora de pesquisa da IDC. "O alto estoque nos canais e a baixa demanda sem sinais de recuperação imediata fizeram os fabricantes de equipamentos entrarem em pânico e cortarem drasticamente seus pedidos para 2022".