Misseis

Coreia do Norte dispara mísseis balísticos antes de visita da vice-presidente americana a Seul

Laçamentos são os mais recentes de sequência recorde de testes executados neste ano

Lançamentos foram os mais recentes de um número recorde de testes executados neste ano pela Coreia do Norte - Jung Yeon-je / AFP

A Coreia do Norte disparou dois mísseis balísticos de curto alcance nesta quarta-feira (28), pouco antes de uma visita à Coreia do Sul da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris. 

Os lançamentos foram os mais recentes de um número recorde de testes executados neste ano pela Coreia do Norte. O serviço de inteligência da Coreia do Sul já alertou que Pyongyang está muito perto de anunciar um novo teste nuclear. 

O exército da Coreia do Sul informou que detectou "dois mísseis balísticos de curto alcance disparados a partir de Sunan, na capital Pyongyang". 

"Nossos militares reforçaram a vigilância e a supervisão, com um estado de alerta máximo em coordenação estreita com os Estados Unidos", afirmou o Estado-Maior Conjunto de Seul em um comunicado. 

A Guarda Costeira do Japão também alertou para o possível lançamento de um míssil balístico, com base em informações do ministério nipônico da Defesa, e pediu atenção às embarcações.

Os disparos aconteceram depois de um teste norte-coreano no domingo e na véspera da chegada da vice-presidente dos Estados Unidos a Seul, uma viagem que incluirá uma visita à militarizada fronteira entre Coreia do Norte e Coreia do Sul. 

A Casa Branca afirmou que a visita de Harris é uma forma de ressaltar a importância da aliança com a Coreia do Sul. 

Seul é um aliado crucial de Washington, que mantém 28.500 militares no território sul-coreano para ajudar o país em sua proteção contra a Coreia do Norte.

Estados Unidos e Coreia do Sul alertam há vários meses que o líder norte-coreano, Kim Jong Un, prepara um novo teste nuclear. 

Nesta quarta-feira, a agência de espionagem de Seul afirmou que Pyongyang parece ter concluído "um terceiro túnel no complexo nuclear de Punggye-ri", informou o congressista Yoo Sang-bum após uma reunião com funcionários do serviço de inteligência. 

A Coreia do Norte provavelmente escolherá um momento entre o próximo "Congresso do Partido Comunista da China, em 16 de outubro, e as eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, em 7 de novembro", para o próximo teste, afirmou Yoo.

O isolado regime comunista executou seis testes nucleares desde 2006. O mais recente, e mais potente de todos, aconteceu em 2017, no que Pyongyang apresentou como uma bomba de hidrogênio, com potência calculada de 250 quilotons.

Seul também detectou sinais de que o Norte está se preparando para lançar um míssil balístico a partir de um submarino, informou o gabinete presidencial no sábado, um tipo de arma que Pyongyang testou pela última vez em maio.

"O lançamento de hoje demonstra a intenção do Norte de assumir vantagem na Península com um arsenal nuclear a sua disposição", afirmou à AFP Kim Jong-dae, do Instituto Yonsei, especializado em Coreia do Norte. 

A repetição dos testes "antecipa a postura agressiva de Pyongyang no próximo mês, com lançamentos de mísseis e um possível teste nuclear", acrescentou.