declaração

Guedes cita Millôr Fernandes e diz que Brasil "tem à frente seu passado" nesta eleição

O ministro disse que crescimento do país durante o governo Lula foi um "interregno"

O ministro da Economia, Paulo Guedes - Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, usou um dos famosos aforismos do escritor Millôr Fernandes para explicar porque o Brasil não avança no crescimento econômico. Guedes disse que o país "tem à frente seu passado" e sempre que começa a sair do buraco, aparece um "fantasma e sequestra tudo de novo". Para ele, esse ditado se aplica a atual eleição.

"O Brasil tem a frente seu passado, como diz Millôr, e isso se aplica a essa eleição. Vai começar a sair do buraco e aparece um fantasma. É a percepção atual: o Brasil era um país quebrado, com estatais quebradas, com prejuízo. Levamos para um lucro de R$ 170 bilhões, consertamos fundos de pensão e contratamos investimentos de R$ 908 bilhões. O crescimento da economia está contratado", disse Guedes durante entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, sem citar o nome de qual candidato representa a volta do passado.

A frase de Millôr Fernandos é na verdade: "o Brasil tem um passado enorme pela frente", Guedes afirmou que o Brasil se apegou a um modelo estatizante na economia, que dissolveu a União Soviética, está começando a engripar na China e e vai começar a afundar o Chile.

"Quando deslocamos isso para a economia de mercado, se cria uma classe média pujante, renda, emprego", afirmou ele dizendo que o atual governo criou mais de 17 milhões de empregos. Guedes afirmou que é preciso alternar "e não ficar 30 anos pulando com a perna esquerda", porque se perpetua um modelo que não é bom para gerar riqueza.

"A ideologia divide os povos, cria tensões. O ideal é que tivessemos tolerância com a visão dos outros e se pudesse alternar e não ficar 30 anos pulando coma perna esquerda", declarou. Ele lembrou que o Brasil, há 30 anos, cresce menos que a média do mundo, mas as pessoas tentam "espetar essa conta" no atual governo.

O ministro disse que crescimento do país durante o governo Lula foi um "interregno" e veio na esteira da estabiliação economia do governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso. "Ele (Lula) teve o mérito de botar os mais frágeis no Orçamento Público, com o Bolsa Família. Mas nós vamos dar três vezes mais com o Auxílio Brasil", afirmou.

Ele criticou a imprensa, que, na sua avaliação, tem um discurso politizado em relação ao governo e às conquistas obtidas pelo atual governo na economia. "Não chega o conteúdo que estamos produzindo, já chega com narrativas políticas. Esse barulho da política abafou a realidade da economia", declarou.

O ministro disse ainda que a corrupção sistêmica desabou, mas que ela pode voltar a qualquer momento "porque as estatais estão aí". Guedes afirmou também que o discurso de transparência do PT "desapareceu".

O ministro voltou a desacreditar pesquisa que aponta que 33 milhões de pessoas no Brasil estão passando fome. Ele disse que digitalizou 38 milhões de brasileiros com a oferta do Auxílio Brasil. O ministro afirmou que o Brasil está reduzindo a pobreza.

"Se tivesse 33 milhões de pessoas passando fome, estaríamos na pandemia. É completamente despropositado. Que um desses 33 milhões procure a gente", propôs.

Reindustrialização na pauta
O ministro encontrou-se nesta manhã, antes da entrevista no Pânico, com o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, que representa as montadoras.

Guedes afirmou que o país precisa aproveitar "a realocação industrial", que vai acontecer depois da quebra das cadeias de fornecimento com a pandemia de Covid-19, para se reindustrializar.

"Essa reindustrialização vai acontecer com a energia verde e o Brasil pode emergir como uma potência. O país tem que pegar essa onda, temos a energia verde mais barata e estamos reduzindo impostos. Estamos começando a desenhar isso", disse ele sobre o encontro com o presidente da Anfavea.

Ele lembrou que uma equipe do ministério viajou ao Japão com representantes da Anfavea para atrair ao país fabricantes de semicondutores. Ele disse que o Brasil é simpático com todo mundo.

"Dançamos com todo mundo - afirmou, sinalizando que este poderia ser um atrativo para investimentos para produzir semicondutores por aqui."