Obras

Painéis de Lula Cardoso Ayres, no Recife, vão receber serviço de proteção a partir de segunda-feira

Localizadas no antigo terminal do aeroporto do Recife, as obras são de propriedade pública, mas a restauração é responsabilidade da Aena

Local onde os painéis estão, no antigo terminal do Aeroporto do Recife, já está isolado para início dos serviços de restauração - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Dois painéis coloridos, intitulados "Folclore" e "Ciclo Econômico", do artista pernambucano Lula Cardoso Ayres (1910 - 1987), que estão localizados no antigo terminal do Aeroporto do Recife/Guararapes, na Imbiribeira, Zona Sul da capital pernambucana, vão passar por um serviço de proteção a partir da próxima segunda-feira (03). 

Os serviços serão executados pela JEL Tinoco Restauração ME, que teve o projeto de "Proteção das obras de arte de autoria do artista Lula Cardoso Ayres” aprovado pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) em junho deste ano.

Um dos painéis de Lula Cardoso Ayres, no antigo terminal do Aeroporto do Recife - Foto: Cortesia

As obras, que são parte integrante do processo de tombamento estadual pela Fundarpe, são de propriedade pública, mas, por estarem localizadas no prédio do antigo terminal, ficam sob responsabilidade da Aena Brasil — empresa espanhola que arrematou em leilão o Aeroporto Internacional do Recife-Guararapes/Gilberto Freyre em 2020.

Por meio de nota, a Aena informou que tem adotado medidas de proteção ao patrimônio histórico e ao meio ambiente, cumprindo as exigências do edital de concessão.

"O equipamento está inserido na área urbana, e por isso a Aena já se comprometeu em restaurar conforme o projeto original de Burle Marx e adotar a Praça Salgado Filho, reformar jardins e calçadas à frente do aeroporto, e outros itens. Dentre eles, também a preservação dos painéis de Lula Cardoso Ayres que se encontram no antigo terminal, e que não podem ser removidos dali", diz o texto. Esse trabalho de preservação dos murais está previsto para começar na próxima semana, informou a Aena.

 

Como o prédio do terminal é antigo e está sem uso desde 2004, a estrutura está comprometida, conforme explica a Aena. Para isso, a empresa espanhola, junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), trabalhou em um projeto de nova construção para a área.

Divididos em duas fases, o plano prevê um espaço intermodal para integração de diferentes meios de transporte ao terminal e vagas adicionais para veículos de transporte, incluindo áreas de alimentação e de contemplação das obras de Lula Cardoso Ayres, que permanecerão no local protegidas e expostas ao público em geral.

Numa segunda fase, haveria a adição de um pavimento para extensão da área de embarque de passageiros domésticos. "O volume do edifício visa justamente não ferir proporções que estejam em harmonia com a praça tombada", garante a Aena.