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Apple perde US$ 120 bilhões em um único dia. Saiba os motivos

Fabricante do iPhone, até então "blindada" do mau humor do mercado financeiro com as ações de tecnologia, dessa vez não escapou

Apple - Johannes Eisele/AFP

As ações da Apple registraram forte queda na quinta-feira (29) e, em apenas um dia, a empresa perdeu US$ 120 bilhões em valor de mercado nas Bolsas dos EUA.

Os papéis recuaram 4,9%, num dia em que as ações de outras big techs também recuaram. Os papéis de Amazon e Alphabet (controladora da Google) recuaram quase 3%, enquanto as ações da Microsoft caíram 1,5%.

A Meta, controladora do Facebook, viu suas ações recuarem 3,7% depois que o presidente-executivo da empresa, Mark Zuckerberg, apresentou planos para congelar as contratações e reduzir o número de funcionários da companhia pela primeira vez. As ações da gigante da mídia social já caíram 59% este ano em meio à desaceleração do crescimento de usuários.

Mas o que provocou a forte desvalorização da Apple, que até então vinha sendo poupada das perdas das big techs na Bolsa este ano?

A fabricante do iPhone foi "rebaixada" num relatório do Bank of America. Analistas do banco mudaram sua recomendação para os papéis de "compra" para "neutro", alertando que a demanda dos consumidores pelos produtos da Apple será mais fraca.

Paraíso perdido
Até quinta-feira, a Apple vinha sendo tratada como um "paraíso" entre as empresas de tecnologia. Enquanto outras ações do setor sofriam fortes quedas, em meio a temores de uma recessão global, os papéis da fabricante de iPhones tinha desvalorização relativamente menor.

A empresa, que é a de maior valor de mercado do mundo, com US$ 2,3 trilhões em ações em Bolsa, perdeu cerca de 20% este ano - bem menos do que a queda média de 32% do conjunto das companhias negociadas no índice Nasdaq, do setor de tecnologia.

Mas o relatório de quinta-feira do Bank of America foi uma ducha de água fria com o até então otimismo relativo com a Apple. Os analistas do banco alertaram que a demanda pelos serviços da Apple já diminuiu e a compra dos produtos da empresa provavelmente seguirá caindo. E lembraram que um dólar mais forte frente às principais divisas globais complica ainda mais a situação da empresa.

Embora “as perspectivas de longo prazo da Apple permaneçam favoráveis”, o BofA espera revisões de estimativas negativas e riscos de avaliação no curto prazo.