Na corrida pelo 2º turno, governo diz que vai incluir meio milhão de famílias no Auxílio Brasil
O pagamento do benefício foi antecipado para o dia 11 de outubro e vai atender ao todo 21,13 milhões de famílias que vão receber o valor turbinado de R$ 600
Em meio à campanha eleitoral de segundo turno, em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) disputa a reeleição junto com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governo anunciou a inclusão de 500 mil famílias no programa Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família e uma das apostas da atual gestão para a reeleição. São novos beneficiários que passarão a receber R$ 600 neste mês, a dias da votação. Agora, o programa passará a atender 21,13 milhões de famílias.
A inclusão de mais famílias no programa na primeira semana de disputa do segundo turno faz parte do "pacote de bondades" relacionados ao benefício. Na segunda-feira, após o resultado do primeiro turno, o calendário de pagamento do benefício foi antecipado e começará neste mês no dia a 11, e não no dia 18. Assim, a última data de pagamento será a cinco dias do segundo turno. Além disso, Bolsonaro prometeu pagar um 13º para o auxílio, mas apenas em 2023.
A Caixa Econômica Federal convocou uma entrevista, nesta terça-feira, para explicar a antecipação do calendário. O ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, também participou do evento e disse 100% da população em situação de vulnerabilidade está sendo atendida pelo governo e que a fila do Auxílio Brasil foi zerada.
A presidente da Caixa, Daniella Marques, confirmou ainda que o banco vai começar a ofertar o crédito consignado para os beneficiários do Auxílio Brasil a partir de segunda quinzena de outubro. Segundo ela, os juros a serem cobrados na modalidade ficarão um pouco abaixo do teto fixado pelo governo de 3,5% ao mês. O consignado também foi pensando para turbinar os pagamentos nas vésperas da eleição.
Marques aproveitou o mês de conscientização contra o câncer em mulheres, Outubro Rosa, para anunciar o engajamento do banco na campanha com a distribuição de material informativo e novos produtos de seguro e previdência para o público feminino.
A população de baixa renda e as mulheres são dois dos principais alvos de Bolsonaro na corrida ao Palácio do Planalto. Bolsonaro tenta ganhar votos para superar o candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao ser indagado sobre a promessa de Bolsonaro de pagamento de 13º salário às mulheres do Auxílio Brasil, sem previsão no Orçamento, o ministro respondeu: "O povo tá com fome, então eles têm que anunciar logo pra pagar no fim do ano que vem"
A medida foi anunciada nessa segunda-feira por Bolsonaro, sem maiores detalhes. A ideia seria pagar o 13º para mulheres beneficiadas pelo programa que são chefes de família, um total de 17 milhões de pessoas. Ele tentou minimizar as críticas sobre o anúncio das medidas nas vésperas da disputa eleitoral.
"Não poderíamos ficar de braços cruzados limitados por um período eleitoral. Estamos saindo de uma pandemia, momento de guerra, de um lado insegurança energética, de outro alimentar. Quem tem fome não pode esperar. Não posso me dar ao luxo que as pessoas podem aguardar mais 30 dias para as pessoas estarem estendendo o benefício social".