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Bolsonaro diz ter sido bem recebido em loja maçônica: "O que tenho contra maçom? Tenho nada"

Vídeo que circula nas redes sociais de Bolsonaro em loja de maçonaria tem sido usado por opositores

Jair Bolsonaro em live realizada em 5 de outubro - Reprodução/YouTube

O presidente Jair Bolsonaro comentou nesta quarta-feira (5) sobre o vídeo que circula nas redes sociais com trecho de um discurso feito em uma loja de Maçonaria, em 2017. Bolsonaro afirmou em live ter sido bem recebido no estabelecimento e que não tinha nada contra maçom. As imagens foram extraídas de um vídeo mais longo, que já havia sido publicado em 2017.

-- Está aí na mídia agora, pessoal me criticando porque fui em loja maçom em 2017. Fui sim, fui em loja maçom, acho que foi a única vez que eu fui numa loja maçom. Eu era candidato a presidente, pouca gente sabia, e um colega falou ‘vamos lá’ e eu fui. Acho que foi aqui em Brasília. Fui muito bem recebido. Me trataram bem – afirmou Bolsonaro na live.

Durante discurso na ocasião da visita à loja maçônica, Bolsonaro disse não ser “candidato a nada”, alertou para um “perigo ideológico” e afirmou que era preciso “fugir da política tradicional”. Nas redes sociais, as imagens têm sido usadas por opositores para aumentar a rejeição do presidente em um dos segmentos mais fortes de seu eleitorado, os evangélicos.

Nesta quarta-feira, Bolsonaro questionou se haveria algum problema em ter ido no estabelecimento e afirmou que agora era “presidente de todos”. Disse, também, não ter nada contra a maçonaria e destacou que nunca mais foi em um estabelecimento do tipo.

-- E eu sou presidente de todos e ponto final. Fui de novo? Não fui. Agora, sou presidente de todos. Isso agora a esquerda faz estardalhaço. O que tenho contra maçom? Tenho nada. Se tiver alguma coisa a gente vê como proceder. Quero apoio de todos aqui do Brasil.

O trecho que viralizou nas redes tem sido compartilhado por páginas de entretenimento, além de usuários declaradamente críticos ao presidente. Os internautas apontam contradição pela relação dele com as igrejas católica e, especialmente, evangélica.

No vídeo, Bolsonaro diz estar em seu sétimo mandato como parlamentar” e nega que, naquele momento, estivesse fazendo campanha à Presidência, embora nesta quarta-feira tenha falado que já sabia que seria candidato.

O assunto gera controvérsias entre os cristãos. A Igreja Católica, por exemplo, já condenava a ligação entre católicos e maçons em 1884. Uma carta do Papa Leão XIII, disponível no site oficial do Vaticano até os dias de hoje, julga que "a seita da maçonaria mostra-se insolente e orgulhosa de seu sucesso, e parece que ela não colocará limites à sua pertinácia."

O documento também destaca que "seus seguidores, ajuntados por perversos acordos e por conselhos secretos, ajudam-se uns aos outros, e excitam-se uns aos outros a uma audácia nas coisas malignas". O presidente Jair Bolsonaro se considera católico.

Entre os protestantes, o envolvimento de pessoas evangélicas com a maçonaria também é visto com maus olhos. Figuras aliadas a Bolsonaro, como os pastores Silas Malafaia e André Valadão já se pronunciaram, anteriormente, em oposição ao grupo. Em pronunciamentos antigos, os dois já chegaram a dizer que cristãos não podem frequentar templos maçons.