Moraes, do STF, prorroga inquérito sobre milícias digitais e ataques de Bolsonaro a urnas
Ministro determinou que investigação deve ser enviada à Polícia Federal por mais 90 dias para prosseguimento
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a prorrogação, por mais 90 dias, do inquérito da Polícia Federal que apura a suposta atuação de milícias digitais bolsonaristas. A investigação inclui ainda ataques do presidente Jair Bolsonaro às urnas eletrônicas realizados em uma live em julho de 2021.
A investigação apura a existência de uma organização criminosa para divulgar notícias falsas e ataques às instituições democráticas e também inclui provas de atuação do próprio presidente Jair Bolsonaro nesse modo de operação.
Moraes já havia anteriormente determinado que provas sobre notícias falsas de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas fossem analisadas dentro desse inquérito. O ajudante-de-ordens de Bolsonaro, coronel Mauro Barbosa Cid, também havia se tornado alvo das apurações.
No despacho, o ministro não apresentou detalhes sobre as diligências a serem realizadas. "Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento, nos termos previstos no art. 10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 90 dias", escreveu.
Nesta sexta-feira (7), Bolsonaro novamente fez ataques a Moraes por sua atuação na condução das investigações
— O tempo todo usando a caneta para fazer maldade, tentar me tirar de combate, para desgastar. Já desafiei o Alexandre de Moraes, que vazou a quebra de sigilo telemático do meu ajudante de ordens, que é um crime o que esse cara fez. Esse cara fez um crime. Meu ajudante de ordens, em especial o Cid, porque eu tenho quatro, é um cara de confiança meu.