Emoções

Pesquisadores descobrem mais um mistério do cérebro; saiba qual

Revelado papel de estrutura cerebral na formação e no controle de memórias emocionais

O cerebelo também está ligado à nossa capacidade de lembrar de experiências emocionais - Tânia Rêgo/Agência Brasil

O cerebelo é associado fundamentalmente ao controle dos movimentos e do equilíbrio. Mas cientistas da Suíça descobriram que ele também está ligado à nossa capacidade de lembrar de experiências emocionais. O trabalho abre caminho para uma compreensão melhor sobre as emoções e de distúrbios ligados a elas, como a ansiedade e o estresse pós-traumático.

A descoberta foi anunciada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), em artigo de pesquisadores da Universidade da Basiléia, na Suíça.

É sabido que as emoções são processadas por uma estrutura do cérebro chamada amígdala. O novo estudo, porém, mostrou que a amígdala não está sozinha em deflagrar o envio de uma série sinais nervosos que nos ajudam a lembrar de experiências positivas e negativas.

Nossa memória é particularmente afiada para guardar experiências emocionais, sejam boas ou más. Isso acontece por uma questão de sobrevivência. Precisamos nos recordar de situações perigosas para evitar que elas não se repitam, explicaram os cientistas.

Até agora se pensava que a amígdala tinha papel central na fixação de memórias emocionais. A equipe de Dominique de Quervain, no entanto, descobriu que o cerebelo também é ativado no processo de memória emocional. Por meio de imagens por ressonância magnética, os cientistas analisaram e atividade cerebral de 1.418 pessoas durante testes de memória.

Quando uma pessoa se lembra de algo que lhe provocou emoção, seja positiva ou negativa, o cerebelo não apenas é ativado quanto ainda se conecta a outras partes do cérebro. Uma delas é o giro cingulado, ligado à percepção e à avaliação dos sentimentos. Outra o hipocampo, onde memórias são guardadas.

O cerebelo é parte de uma complexa rede cerebral, ainda mais sofisticada do que imaginávamos, destacou Quervain. O trabalho faz parte de um programa da Universidade da Basileia que visa a levar descobertas da ciência básica à prática clínica.