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Boletim Focus: mercado reduz previsão para inflação pela 15ª semana consecutiva

Inflação ainda segue acima da meta, mas nova projeção reflete pacote de medidas patrocinados pelo governo às vésperas da eleição, que reduziu preços de combustíveis e energia

Fachada do Banco Central do Brasil - Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O mercado reduziu, pela 15ª semana consecutiva, a projeção de inflação para 2022, de acordo com o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na manhã desta segunda-feira (10). A nova expectativa do mercado é de que a inflação de 2022 fique em 5,71%, ainda acima da meta. Já a perspectiva de crescimento da economia se manteve em 2,70%.

Desde agosto, o país vem registrando deflação, quando os preços são reajustados para baixo, de acordo com o IPCA, indicador oficial de inflação. Isso é reflexo do pacote de medidas patrocinados pelo governo, que reduziu preços de combustíveis e energia. O principal projeto foi a mudança no ICMS, que estabeleceu um teto na alíquota cobrada por estados sobre esses itens, com o objetivo de reduzir o preço de gasolina e da conta de luz às vésperas da eleição.

Ainda assim, o resultado da inflação está acima da meta estabelecida para esse ano, que é de 3,5%, com variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, num intervalo entre 2% e 5%.

Já a manutenção do crescimento do PIB, estimado em 2,70%, tem relação com outras medidas do governo para turbinar a economia no período de eleição. Uma delas foi a PEC Eleitoral, que conta com a injeção de R$ 41,2 bilhões na economia por meio do aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 até o fim do ano e outras medidas.

Como esse aumento é temporário – não há previsão de manutenção no próximo ano – seus efeitos positivos também tendem a ser limitados. A incerteza fiscal provocada pela medida acaba trazendo consequências negativas, que podem impactar na inflação e repercutir na redução do crescimento.

Por isso, o mercado projetou para 2023 inflação de 5%, mesma expectativa da semana anterior, e PIB de 0,54%, um leve oscilação de 0,01 p.p. em relação na última semana.