Violência

Pode ter mais vítimas, diz polícia sobre professor de jiu-jitsu acusado de estuprar aluna de 13 anos

Acusado abusou da adolescente dentro do carro após retornarem de uma atividade esportiva

Delegada Mariana Vilaboas, da DPCA, deu detalhes sobre o caso - Júnior Soares/Folha de Pernambuco

A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) deu detalhes, nesta segunda-feira (10), sobre a prisão de um professor de jiu-jitsu acusado de estupro de vulnerável. A vítima é uma adolescente de 13 anos, aluna da academia que o homem, de 40 anos de idade, mantém em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife.

Ele foi preso na última sexta-feira (7), pela Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), após atuação conjunta com a PCPE e investigação do serviço de inteligência. 

“Nosso serviço inteligente já há um bom tempo vinha monitorando os locais onde ele frequentava, onde ele morava. Então, quando foi expedido mandado de prisão, as nossas equipes fizeram diligências e o localizaram no centro de São Lourenço da Mata”, comentou o tenente coronel Fábio Rufino, comandante do 20º Batalhão da Polícia Militar.

Segundo o comandante, o acusado estava em via pública no momento da prisão e não esboçou reação ao ser abordado pelos policiais. “Ele já estava aguardando, né? Porque ele já sabia o que tinha feito”, disse o tenente coronel.

O tenente coronel Fábio Rufino, comandante do 20º Batalhão da Polícia Militar, falou sobre a prisão do acusado - Foto: Júnior Soares/Folha de Pernambuco

O professor de jiu-jitsu é acusado de ter abusado sexualmente de uma aluna em julho do ano passado. Segundo as investigações, ele teria levado a adolescente, moradora de São Lourenço, para realizar um treinamento no Recife. No percurso de volta para casa, o homem teria violentado a jovem, dentro do carro, nas imediações da Ilha do Leite.

De acordo com a Polícia Civil, o professor se valia da relação de confiança que desenvolvia com as alunas e suas famílias para praticar o crime. Além da adolescente de 13 anos, ele também é investigado por suspeita de ter abusado sexualmente de outra aluna, de 17 anos.

Para a PCPE, é provável que mais meninas tenham sido vítimas do acusado, que costumava agir da mesma forma: abusando das alunas no carro ao retornar de atividades esportivas. 

“Geralmente, esses abusos ocorriam porque ele se valia da relação professor-aluno, uma relação de confiança que ele estabelecia entre a vítima e seus familiares. Ele utilizava dessa condição e, geralmente no percurso, que ele conduzia algumas das vítimas para treinamentos de artes marciais, ele utilizava esse percurso para praticar violência sexual”, detalhou a delegada Mariana Vilasboas, do Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA).

Após cometer o crime, o homem também ameaçava as vítimas para que enviassem registros íntimos, estendendo as ameaças aos familiares das adolescentes.

“Até o momento, duas vítimas foram identificadas, mas acreditamos que ele pode ter feito mais outras vítimas. Elas narraram no curso do inquérito que esse acusado, além de abusar sexualmente, e esses abusos ocorriam dentro do veículo dele, usava de ameaças e de violência física para praticar esses abusos e também coagia as vítimas a se expor, a enviar material de conteúdo pornográfico”, explicou a delegada.

“Eram ameaças graves e ele também usava de violência física. Ele ameaçava, ele coagia as testemunhas, ele perseguia algumas testemunhas, e isso tudo está documentado no curso do inquérito policial”, continuou. 

Uma das adolescentes, comentou Vilasboas, escreveu uma carta para a família relatando os abusos de que foi vítima. “Nessa carta, ela narra de forma detalhada toda a violência sexual que foi sofrida”, apontou a delegada.