CANAL SAÚDE

Novas tecnologias Auxiliam o Exercício do cérebro, para melhorar a memória

A entrevistada da vez é a Neuropsicopedagoga Andrea Medeiros

Andréa Negreiros, Neuropsicopedagoga - divulgação

Neste Dia Mundial da Saúde, a Rádio Folha através do Canal Saúde desta segunda-feira (10), conversou com a Neuropsicopedagoga Andrea Medeiros, do Supera, que traz a importância de treinar o cérebro, dentro do tema de hoje. A conversa trouxe a aplicação das novas tecnologias, como os computadores e celulares com aplicativos, redes sociais e a rapidez da informação pela internet, como ferramentas para exercitar o cérebro. Porém, nem todos já “nascem” capacitados para manusear essas ferramentas.
 
De acordo com o Fórum Econômico Mundial (FEM), já é possível experimentar uma revolução tecnológica a qual nos próximos anos mudará completamente a maneira como nós vivemos, trabalhamos, e até nos relacionamos. Diante do horizonte de uma Quarta Revolução Industrial, uma soma de tecnologias traz inovações surpreendentes as quais afetarão, além das indústrias, uma transformação na maneira como os empregos e a educação serão vistos. Esse novo mundo exige dos indivíduos maior habilidade para resolução de problemas e maior atenção para que um profissional alcance os seus objetivos em sua carreira. Esta habilidade de adaptabilidade comportamental está relacionada à habilidade cognitiva, conectando diferentes “redes” do cérebro. 
 
Esta habilidade de adaptar-se a diferentes situações e lidar com elas com sucesso, compreender ideias complexas e utilizar diferentes formas de raciocínio faz a grande diferença. Sendo assim, quanto mais o indivíduo for adaptável, mais (e de forma melhor) ele aprenderá a partir de experiências, e mais se mantém as informações salvas na memória de curto prazo.
 
E não existe idade “errada” para começar a desenvolver essas habilidades - sobre a aplicação em crianças, a neuropsicopedagoga frisa a diferença entre exposição à tecnologia versus treino das habilidades usando meios tecnológicos. Ela destaca também a importância da participação da família em regular essa presença na vida dos pequenos.

“A gente tem que ter muito cuidado em relação a isso. O cérebro da criança está em desenvolvimento, e a gente tem que diferenciar um treino de uma exposição: as crianças cada vez mais cedo estão sendo expostas a atividades que é apenas de visualização. Então esse tipo de atividade ela não treina o cérebro. do contrário, quanto mais tempo a criança estiver exposta à essa situação, mais danos ela causa”, comentou a Drª Andrea Medeiros.

Já com enfoque na população mais idosa, a médica reforça como se inteirar no mundo das novas tecnologias vai para além do campo profissional - este que, com o avançar da idade da população, se expande para aposentadorias mais tardias - e oferece vantagens para a saúde e atividade cerebral desses indivíduos, apesar dos desafios e certos preconceitos sociais que eles têm em relação ao uso de computadores, celulares e mais.

“Idosos (pessoas acima dos 65 anos), esses mais jovens, entre os 65 e os 70, em parte foram inseridos na tecnologia, tanto que o uso do Whatsapp é muito frequente, alguns ainda jogam “paciência” no computador. No entanto, idosos com idades mais avançadas, acima dos 75, têm mais dificuldade. [...] a família precisa estar junto; aquele neto que tem mais habilidades [por exemplo]. Lembrando que o desempenho cognitivo de um idoso não é mais o mesmo do desempenho de um adulto ativo ou de uma criança, então ele requer alguns recursos diferenciados para que ele alcance o objetivo”, pontuou a médica.

Ter conhecimento de como navegar por um mundo onde reinam as novas máquinas tem sido mais importante que nunca. Vivemos um período de transição entre eras da própria Internet, que migra da Web 3.0 para a 4.0, e cada vez mais escolas e mercados de trabalho diversos exigem que aqueles presentes no seu meio estejam conectados, ativos e atualizados de todas as inovações. Para jovens, a neuropsicopedagoga destaca que os benefícios vêm como resposta na escola, com bom desempenho escolar e também emocional, por exercitar sua autonomia; para adultos, a resposta vem numa boa performance no trabalho; e para os mais idosos, uma mente mais ativa e saudável.

“A criança vai ter um bom desempenho tanto na parte escolar como na parte emocional, e vai ter grande sucesso na vida. Adultos vão passar a ter uma boa performance no trabalho, e idosos vão se manter ativos e ter autonomia por mais tempo, até porque daqui há 8 anos, vão existir mais idosos do que crianças e adolescentes no Brasil. [...] Vamos ser uma população de idosos, a gente vai estar no mercado [de trabalho] por mais tempo, quem vai cuidar da gente? Precisamos ter esse cuidado”, completou a entrevistada.

A entrevista na íntegra está no Podcast Canal Saúde. Você escuta clicando no player abaixo, ou no seu agregador de podcast preferido.