Apesar de ter a 7ª melhor cobertura do país, Pernambuco está com imunização da pólio abaixo da meta

A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) alertou países americanos como Brasil, República Dominicana, Haiti e Peru para o risco da baixa cobertura vacinal e reintrodução da doença

A baixa cobertura vacinal contra a poliomielite no Brasil tem preocupado organizações de saúde, que fazem o alerta para possibilidade do retorno da doença no país. A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) alertou países americanos como Brasil, República Dominicana, Haiti e Peru para o risco da baixa cobertura vacinal e reintrodução da doença. 

É real a possibilidade do surgimento de um surto de poliomielite no Brasil. A circulação do vírus da pólio já foi identificada recentemente nos Estados Unidos e pode se espalhar rapidamente. A poliomielite é uma doença grave, sem cura conhecida, mas que é perfeitamente evitável por meio da vacinação. Em 1994, a Região das Américas recebeu o certificado de área livre da pólio concedido pela Organização Mundial de Saúde, entretanto, corremos sérios riscos de ter esse panorama alterado, chama a atenção a superintendente de Imunizações de Pernambuco, Ana Catarina de Melo.

Em Pernambuco, o percentual ainda está longe da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde (MS), que é vacinar 95% do público elegível, apesar de o estado ocupar a 7º posição da melhor cobertura vacinal do país (76,54%) na Campanha Nacional de vacinação. 

Dos oito estados com a melhor cobertura vacinal (considerada acima de 75%), cinco são do Nordeste, que, além de Pernambuco, são Paraíba, Alagoas, Ceará e Sergipe. 

Campanha Nacional de vacinação
A poliomielite pode causar paralisia permanente e irreversível, mas é considerada uma doença prevenível por meio da vacinação. A campanha para imunização é destinada a crianças entre 1 e 4 anos e seu esquema vacinal consiste na aplicação de três doses da vacina VIP (vacina inativada pólio), aplicada por meio de injeção, até os 6 meses de vida do bebê. Após esse procedimento, são recomendadas mais duas doses da vacina até os 4 anos de idade, por via oral. A vacina pólio oral é chamada de “gotinha”. Em Pernambuco a campanha foi prorrogada até o dia 31 de outubro. 

A campanha nacional, que acontece todos os anos, busca alcançar aquele público formado por crianças menores de 5 anos de modo indiscriminado, ou seja, independente de situação vacinal anterior. As crianças com esquema vacinal incompleto ou inexistente estão extremamente vulneráveis”. Ressalta Catarina.

A gestora destcou ainda que a vacina contra o poliovírus selvagem (PVS) foi disponibilizada pela primeira vez em 1955, sendo a estratégia de vacinação em massa da população iniciada nos anos 1960.

O último caso da doença no país foi registrado em 1989, na Paraíba.

No mundo, alguns países estão sendo considerados endérmicos, e registraram casos neste ano de 2022, Paquistão (19) e Afeganistão (02). Além deles,  Moçambique identificou seis novos casos da doença até setembro deste ano.