guerra na ucrânia

G7 tem reunião de emergência após bombardeios russos na Ucrânia

A reunião virtual é realizada um dia depois que mísseis russos caíram em Kiev

Reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) após o veto do conselho de segurança russo na sede da ONU em Nova York - Andrea Renault/ AFP

As potências do G7 realizam uma reunião de emergência nesta terça-feira (11) para discutir a recente campanha de bombardeios russos na Ucrânia, ataques que provocaram indignação da comunidade internacional.

A reunião virtual é realizada um dia depois que mísseis russos caíram em Kiev, que não era bombardeada desde o final de junho, em ataques que "poderiam ter violado" a lei da guerra, alertou a ONU, que nesta terça-feira instou Moscou a "se abster de qualquer escalada" da violência.

As forças russas lançaram mais de 80 mísseis em cidades ucranianas na segunda-feira (10), de acordo com Kiev. O presidente russo, Vladimir Putin, indicou que esses bombardeios "maciços" constituíram uma resposta ao ataque "terrorista" à ponte que liga o território russo à Crimeia (sul) e que, segundo o presidente, foi cometido por forças ucranianas.

Nesta terça-feira, os serviços de emergência ucranianos informaram que pelo menos 19 pessoas foram mortas e 105 ficaram feridas nos bombardeios.

O presidente ucraniano Volodimir Zelensky alertou Moscou que seu país "não pode ser intimidado" e seu ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, disse que os ataques mostram que a Rússia está "desesperada" após uma série de reveses militares. Putin alertou que se houver novos ataques, as respostas serão "severas".

Em uma sessão da Assembleia Geral da ONU na segunda-feira para discutir a anexação de quatro regiões parcialmente ocupadas pela Rússia, o embaixador ucraniano Sergiy Kyslytsya chamou a Rússia de "Estado terrorista" e disse que sua própria família foi atacada na segunda-feira.

"Infelizmente, é difícil pedir uma paz estável e saudável quando há uma ditadura instável e insana em seu bairro", disse o diplomata.

Logo após a onda de bombardeios, o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko, um dos poucos aliados do Kremlin, acusou Kiev de preparar um ataque ao seu país, acrescentando que a Rússia e Belarus, portanto, mobilizariam uma força conjunta, sem especificar onde.

Mas nesta terça-feira, seu ministro da Defesa, Viktor Khrenin, esclareceu que o papel dessas tropas será "puramente defensivo".

Zelensky participará da reunião de terça-feira do G7 para discutir os ataques russos.

O gabinete da primeira-ministra britânica, Liz Truss, indicou que a líder vai insistir em "pedir aos seus pares que mantenham o rumo".

Por sua vez, o porta-voz do governo alemão, Steff Hebestreit, declarou na segunda-feira que o chefe de governo Olof Scholz conversou com Zelensky e garantiu "a solidariedade da Alemanha e dos demais países do G7".

Enquanto isso, o presidente dos EUA, Joe Biden, condenou duramente os ataques de segunda-feira, dizendo que eles "demonstram a brutalidade" da "guerra ilegal" de Putin. A Casa Branca disse que Biden conversou com Zelensky para lhe oferecer um "sistema avançado de defesa aérea".

Para o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, os ataques são uma "escalada inaceitável da guerra".