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FMI aumenta para 3,5% a previsão de crescimento da América Latina em 2022

O relatório de Perspectivas da Economia Mundial exala preocupação e alerta que os riscos permanecem "grandes"

Edifício da sede do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington - Mandel Ngan / AFP

O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou ligeiramente nesta terça-feira (11) suas previsões de crescimento para a América Latina e o Caribe para este ano, a 3,5%, mas baixou a previsão para 2023, a 1,7%, em um contexto de alta inflação e guerra na Ucrânia.

O relatório de Perspectivas da Economia Mundial (WEO, por sua sigla em inglês) exala preocupação e alerta que os riscos permanecem "grandes".

O antídoto do FMI é "manter o curso" da política monetária para restabelecer a estabilidade de preços.

O que mais preocupa o órgão econômico é a inflação persistente, tanto nas economias desenvolvidas como nas emergentes.

O índice médio chegará a 6,6% globalmente até o final do ano, sem contar os preços dos alimentos e da energia, que são mais voláteis e que dispararam como resultado da guerra na Ucrânia.

Para 2022, a estimativa para a América Latina e o Caribe é de 3,5% de crescimento do PIB, ou seja, um aumento de 0,5 ponto percentual (pp) em relação às projeções feitas em julho, enquanto para 2023 é de 1,7% (-0,3 pp), anunciou o FMI por ocasião de suas reuniões anuais em Washington.

A melhora registrada na região este ano se deve a uma atividade mais forte do que o esperado no primeiro semestre de 2022.

"Os preços favoráveis das matérias-primas, as condições de financiamento externo ainda vantajosas e a normalização das atividades nos setores de contato (humano)" impulsionaram o crescimento, destaca.

A indústria, que exige alto contato direto entre pessoa, engloba, por exemplo, restaurantes, lojas de varejo ou transporte público.

O FMI, porém, prevê uma desaceleração no final de 2022 e 2023, à medida que "o crescimento enfraquece nos países parceiros, as condições financeiras apertam e os preços das commodities se moderam".

Brasil e México, primeira e segunda economias regionais, respectivamente, crescem menos que a média, mas se saem bem nas previsões em relação a outras nações emergentes.

Para o Brasil, em plena campanha presidencial para o segundo turno de 30 de outubro, o FMI prevê crescimento de 2,8% para 2022 (+1,1 pp em relação à previsão de julho) e de 1% em 2023 (-0,1pp).

A projeção para o México, por sua vez, é de 2,1% este ano (-0,3 pp) e 1,2% no próximo ano (inalterada).